A Aliança Atlântica está em estado de alerta de pré-guerra. A cimeira de Madrid vai reconfirmar esse movimento de forças, de todos os ramos, não só para as fronteiras de Leste, como para outras bases avançadas na Europa. A prontidão de mais de 300 mil militares, quando por norma seriam apenas 40 mil, e o reforço significativo de equipamentos militares americanos são um sério aviso a Moscovo. Todos os conselheiros de segurança e ministros da Defesa da NATO estão preocupados com os erros de cálculo de Putin, e do seu gang, e este alerta elevado vai manter-se enquanto a guerra na Ucrânia durar.
Madrid vai marcar a história da Aliança Atlântica. Nunca a NATO esteve tão bem preparada, como agora, para uma guerra com a Rússia, e quem mais vier. Os líderes dos 30 aliados, mais a Finlândia e a Suécia que agora entram, estão decididos a travar Putin. Macron, espantosamente, até foi o presidente que explicitou o que pensam todos os outros: a Rússia não pode, e não vai ganhar a guerra na Ucrânia. Esta é a linha vermelha traçada pelos aliados.
E para que dúvidas não existam, apesar das contínuas ameaças russas de uma Terceira Guerra Mundial, as tropas da Aliança, em prontidão de combate, vão ser reforçadas, pelos Estados Unidos, com os mais eficazes e pesados equipamentos militares ofensivos, e defensivos. Agora já não é só para avisar Moscovo. Qualquer foguetório de Putin – que na Ucrânia já está a usar mísseis que são peças de museu – em território aliado, desencadeará uma resposta imediata, e proporcional. E o proporcional diz tudo.
Moscovo está a subir o tom das suas ameaças e ataques, e esse movimento iniciou-se com o Conselho Europeu, que aprovou a candidatura da Ucrânia e da Moldova, intensificou-se com o G-7, e vai atingir o pico com esta cimeira em Madrid. Infelizmente, por todas as razões, quem leva a pancada são os ucranianos, mas Putin sabe que pagará, um dia, pelos crimes que está a cometer. A NATO está alerta, preocupada, alarmada, mas decidida a eliminar qualquer atrevimento militar russo. Já se sabia que esta era a fase mais perigosa de uma guerra nas fronteiras aliadas da Europa.
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