A equipa liderada por Sérgio Marchionne, Administrador-delegado da Fiat, conseguiu dar a volta ao texto e transformar a marca italiana numa das mais poderosas da Industria Automóvel.O Fiat 500 deu o mote, o Grande Punto evoluiu e actualmente é vendido a preço acessível com versões para todos os gostos, o Bravo está mais maduro. A gama Fiat é abrangente, evoluiu com o Croma, o Línea é uma opção válida, o Panda continua a ser uma das propostas mais civilizadas entre os citadinos.
Numa altura em que a aquisição de um automóvel tem de ser pensada e bastante ponderada, o Fiat Bravo surpreendeu-me pelo comportamento e conforto em estrada. É notória a melhoria da qualidade dos materiais e maior cuidado na montagem.
Antes de entrar no Fiat Bravo lembrei-me da minha amiga Daniela. Uma simpatia, uma loira bonita que conduzia um Bravo da anterior geração. Sempre que nos cruzávamos pensava para os meus botões: “Olha uma miúda tão gira ao volante de um carro tão feio”. É verdade, gostos não se discutem mas… os automóveis também vivem de imagem. O Bravo actualizou-se estéticamente e é um bom exemplo de um carro que mudou para melhor. As linhas são agora atraentes e o estilo globalmente mais consensual.
Como sabem, o calão “Xunning” é utilizado para apelidar alguns carros que andam nas mãos de toda a gente mas que sofrem alterações dependendo do gosto e da carteira de cada um. Algumas modificações até beneficiam o carro, melhoram a segurança e o comportamento dinâmico, outras, nem por isso (fica prometido um artigo de opinião com algumas fotos de Tunning um dia destes.
O Fiat Bravo partilha diversos componentes mecânicos e traços estilísticos com o Grande Punto e o Línea. O segmento onde este modelo está inserido é diversificado. O Renault Mégane, VW Golf, Ford Focus, Opel Astra e o Peugeot 308, isto para referir apenas alguns.
Conduzi o Fiat Bravo sozinho mas também com cinco pessoas a bordo. Ninguém se queixou, o espaço no habitáculo é suficiente, a bagageira também, e o facto de o tecto ser alto facilita o acesso ao interior. Nos lugares traseiros podem viajar confortavelmente três adultos. A capacidade da bagageira é de 400 litros.
A versão que testei estava equipada com o motor 2.0 Multijet de 165 CV, posso ler no meu bloco de notas que o consumo médio para percorrer 100 quilómetros é de nove litros. Este propulsor é uma evolução natural do 1.9 MultiJet, o motor 2.0 MultiJet de 165 CV oferece-nos um binário de 360 Nm. É a partir das 2.000 rpm que o Fiat Bravo começa com vontade de nos colar ao banco. No caso da versão Sport existem alguns “requintes de malvadez”. Exteriormente as jantes vistosas de 17 polegadas, ponteira dupla de escape, um “aileron” discreto no topo da sessão traseira. No interior encontramos um volante de boa pega, a manete das mudanças e do travão de mão em couro e pedais desportivos.
Quando nos sentamos no Fiat ravo estranhamos um pouco a dureza do banco do condutor, apesar das diversas regulações e da possibilidade de ajustar o apoio lombar. O comportamento em estrada é muito eficaz, a direcção é precisa, a distância entre-eixos de 2.600 mm e a solidez da carroçaria transmitem-me a confiança para experimentar algumas curvas referenciais. O Bravo não é nenhum foguete no arranque. No entanto, os 165 CV servem para superar algumas situações onde é necessário carregar no acelerador. Os números oficiais indicam uma velocidade máxima de 215 km/h e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos.
O Fiat Bravo está disponível em Portugal com motores 1.4 a gasolina Turbo T-jet de 90 e 150 CV, o 1.6 MultiJet de 105 e 120 CV e o mais potente 2.0 MultiJet de 165 CV de potência. Os níveis de equipamento são – Active, Dynamic, Sport, Pur – O2 e Sport R.
A pensar na protecção dos ocupantes o ESP (Sistema Electrónico de Estabilidade) é proposto de série. Os preços variam entre os 18.300 e os 32.000 euros.