Teodoro está em casa. Estar é um verbo pequeno. Ele é a casa. De tanto nela morar, a pele tornou-se parede. A mulher foi. Os filhos foram. A vida migrou. Restou ele, o reformado Teodoro. Como todos os grandes solitários, o homem acredita que ainda há demasiada gente no mundo. Em raros momentos, decide passear pelo quarteirão. Vai sair para ficar mais dentro. Mais só. Mais Teodoro.
– Vou dar uma volta – anuncia em voz alta.