Há um discurso mal informado e demagógico sobre a agricultura portuguesa que vê em cada extensão de terra por cultivar o preço a pagar pela integração de Portugal na Comunidade Europeia.
Com a sua autoridade política e académica, Arlindo Cunha, ex-ministro da Agricultura, num artigo publicado no semanário Expresso (Economia) de 20 de Agosto de 2011, explica o que representou e representa para o País a PAC (Política Agrícola Comum).
Rspigo duas notas de entre muitas outras possíveis:
1 – “Os 10% de acréscimo real da produção nestes 25 anos desmentem a tese de que vendemos a nossa agricultura por um prato de lentilhas.”
2 – Foi o aumento do consumo (muitas pessoas passaram a comer mais e melhor) que agravou a nossa dependência alimentar do exterior.
Claro que a aposta na agricultura é decisiva em termos de auto-abastecimento, permitindo a substityuição de importações, e o aumento de exportações.
A oportunidade existe “face à evidência do défice alimentar mundial nas próximas quatro décadas”, aponta Arlindo Cunha. No entanto, acrescenta, “o mais importante depende da capacidade de aplicarmos sabiamente os recursos postos à nossa disposição pela PAC”. Isto é, não basta receber fundos de Bruxelas, é preciso aplicá-los bem.