O segundo ano da pandemia ficou marcado pela forte valorização da habitação, registando-se um crescimento de 12,2% nos preços das casas em Portugal (Continental) em 2021. Trata-se de um dos aumentos anuais “mais robustos” do mercado desde 2007, igualando 2017 e sendo apenas superado pela valorização de mais de 15,0% observada quer em 2018 quer em 2019, aponta a Confidencial Imobiliário, no relatório divulgado hoje com base no Índice de Preços Residenciais apurado para dezembro.
No final de 2021, o preço médio de venda das casas em Portugal atingiu os 1.822€/m2, praticando-se um valor médio de 2.826€/m2 na habitação nova e de €1.731€/m2 na habitação usada.
Em dezembro de 2021, os preços acumulavam uma subida de 13,7% face ao início da pandemia, em março de 2020. Grande parte desta valorização pós-Covid ocorreu nos últimos oito meses, mais concretamente a partir de maio de 2021, já que, até abril, a subida acumulada dos preços face ao início da pandemia mostrava-se pouco robusta, ficando em 3,5%.
O desempenho dos preços no pós-Covid, em que, como referido se acumula uma valorização de 13,7%, contrasta com o comportamento observado na anterior crise. No período em que o país esteve sob intervenção da Troika, nomeadamente entre maio de 2011 e maio de 2014, a habitação acumulou uma desvalorização de 7,4%.
Olhando para o desempenho dos preços apenas ao longo de 2021, identificam-se dois momentos marcantes. Por um lado, o 1º trimestre, que influenciado por um novo confinamento geral, deu ainda sequência à tendência de estabilização dos preços de venda das casas que se vinha fazendo sentir desde o início da pandemia. No final desse trimestre, registava-se um aumento trimestral nos preços de 1,2% e homólogo de 2,6%, o menos robusto dos últimos cinco anos. A partir de abril, a subida de preços intensificou-se, destacando-se, nesse período, o último trimestre do ano, com aumentos mensais superiores a 1,0% e uma valorização trimestral que culminaria em 3,9%.