O governo nacional deverá seguir a recomendação do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço e juntar-se aos países que vetam a entrada de produtos e tecnologias chineses nas suas redes 5G. A Huawei já trabalhou no passado com algumas operadoras de telecomunicações nacionais, nomeadamente a Altice que confirmou, em 2019 estar a trabalhar com a Huawei para desenvolver redes 5G. Agora, no início deste ano, a operadora revelou ter escolhido a Nokia Oyj como fornecedor dos elementos nucleares da sua rede 5G.
O parecer do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, disponível na página oficial do Gabinete Nacional de Segurança, concluiu que representa um “alto risco” escolher fornecedores baseados fora da União Europeia ou de nações que não pertençam à NATO ou OCDDE. Ao seguir esta recomendação, o governo irá proibir a Huawei e outras marcas chinesas de fornecer equipamentos para as redes 5G, explica a Bloomberg, que cita o Diário Económico.
O comunicado do governo não identifica especificamente os fabricantes banidos e não refere qualquer prazo para as operadoras removerem equipamentos fornecidos por estes fabricantes.
Atualização: Resposta da Huawei
Em reação à recomendação, fonte oficial da Huawei informa que não foi ouvida no processo: “Sabemos que o Governo Português publicou informação relativa à avaliação de risco das redes de telecomunicações. A Huawei não teve conhecimento prévio desta publicação e está a procurar reunir mais informação junto das autoridades competentes, relativamente à natureza desta avaliação”.
Nas mesmas declarações, a marca chinesa garante que “tem trabalhado com os operadores portugueses para desenvolver as redes de comunicações e prestar serviços de alta qualidade que servem milhões de pessoas”, adicionando “a Huawei foi diversas vezes reconhecida pelo Governo, bem como por entidades públicas e privadas, pelo seu papel na criação de emprego qualificado, capacidade de inovação e contributo para a inovação e transição digital, tendo investido mais de um milhão de euros na capacitação de talento digital”.
O fabricante chinês assegura, ainda, que continuará “a cumprir com as leis e regulamentação em vigor, com vista a servir os consumidores e empresas portuguesas, que se suportam nos nossos produtos e serviços”.