As forças de segurança e agências de defesa e de inteligência dos EUA estão proibidas de utilizar spyware comercial, segundo a nova ordem executiva assinada pelo presidente Joe Biden. A medida surge depois de se confirmar que dezenas de funcionários do governo americano tiveram as suas comunicações monitorizadas desta forma, e depois de anos de ativistas e investigadores alertarem para este cenário.
As organizações de defesa há muito que alertam para os perigos e riscos de haver software espião, criado pelo setor privado e utilizado quase exclusivamente por entidades ligadas aos governos. Embora estas agências aleguem que só usam a tecnologia para investigar crimes graves, há múltiplos relatos de situações em que o software foi usado para espiar jornalistas, advogados e ativistas críticos dos governos, lembra o Techcrunch.
A aprovação desta medida por parte da administração Biden é descrita como uma tentativa para definir os standards e servir de exemplo para outras nações A ordem executiva não nomeia qualquer empresa com a qual já não será possível fazer negócio ou o nome dos softwares que já não poderão ser usados, mas deve incidir particularmente sobre soluções já conotadas com comportamentos abusivos, como o Pegasus da israelita NSO Group, o Pedrator da Cytrox (originário da Macedónica) ou o Candiru (também de Israel) e sabe-se já que a lista de software banido não vai ser tornada pública.
Oficiais do governo dos EUA confirmam que pelo menos 50 funcionários federais, em dez países, estão entre as potenciais vítimas do uso deste tipo de ferramentas informáticas de espionagem, embora admitam que o número possa ser bastante superior.