Não foi Gordon Moore que definiu as suas previsões como lei, mas o engenheiro que ajudou a fundar a Intel, ficou conhecido por ter antecipado o crescimento da computação a um ritmo elevado durante décadas. Gordon Moore morreu, aos 94 anos, na casa da família no Havai, Estados Unidos. Informação revelada pela Intel.
Moore foi um dos fundadores da Intel, empresa criada em 1968, responsável pela produção dos primeiros processadores para o que veio a ser o PC. A Intel também esteve na génese da arquitetura x86, ainda hoje a arquitetura usada nos PCs. O sucesso da empresa cocriada por Moore foi imediato, ao ponto de os processadores da Intel terem chegado a estar em mais de 80% dos computadores do mundo. Tudo graças à rápida evolução do processo de produção de semicondutores, que permitiu aumentar rapidamente a capacidade de processamento e reduzir os custos de produção. Uma evolução tecnológica que foi indispensável para a popularização dos computadores pessoais e dos dispositivos computacionais que lhes seguiram, incluindo os smartphones.
Num artigo publicado em 1965, Moore concluiu que, desde a invenção dos circuitos integrados poucos anos antes, o número dos transístores nos chips duplicava, aproximadamente, a cada dois anos. Um texto que acabou por tornar-se uma referência, dando origem à muito conhecida “Lei de Moore”, que foi alvo de diferentes interpretações nas décadas seguintes.
A previsão, ‘tornada lei’, revelou-se muito precisa, sobretudo entre a década de 70 do século e a primeira década deste século. Hoje há quem considere que a previsão de Moore já não é válida, já que a densidade dos chips (número de transístores por unidade de área) já não é duplicada a cada dois anos. Mas há também quem defenda que a base da ideia, a duplicação da capacidade de processamento e/ou redução dos custos, continua a ser atual.
A importância das previsões de Moore é reforçada pelo facto de a Intel, que dominou totalmente a indústria dos semicondutores nas primeiras décadas, ter feito de tudo para que as referidas previsões fossem, de facto, lei. Ou seja, o desenvolvimento referido nos microprocessadores, essencial para o rápido crescimento da Indústria, incluindo a Internet e, mais recentemente, as redes sociais, terá sido, pelo menos em parte, devido à constante procura da Intel em respeitar as previsões do seu fundador.