A Bosch pretende oferecer a tecnologia necessária para o uso de hidrogénio em vários setores. A empresa anunciou várias aplicações e iniciativas que visam desenvolver a economia de hidrogénio, com a colocação em operação do primeiro ciclo de hidrogénio de acoplamento setorial na fábrica líder da indústria 4.0 em Homburg, a criação de quatro mil postos de abastecimento de hidrogénio em todo o mundo até 2030, o desenvolvimento de componentes para eletrolisadores que produzem hidrogénio e outras aplicações em escala industrial.
Rolf Najork, do conselho de administração da Bosch, refere que a empresa está a desenvolver células de combustível para aplicações móveis e estacionárias, equipar postos de abastecimento com compressores e a produzir hidrogénio nas suas próprias fábricas, além de revelar os planos para entrar no negócio de componentes eletrolisadores. “Estamos a levar as tecnologias baseadas em hidrogénio para fora do laboratório e a colocá-las na prática industrial – nas estradas e nas fábricas”, assume o executivo em comunicado de imprensa.
É na fábrica da Indústria 4.0 em Homburg que a empresa pretende demonstrar como pode ser um ciclo de hidrogénio na fábrica do futuro, com energia renovável e um eletrolisador a produzir hidrogénio verde, usado depois para operações de produção e mobilidade, com veículos movidos a células de combustível a reabastecer com o hidrogénio que a tecnologia da Bosch comprimiu. “Estamos a reduzir sistematicamente o nosso consumo de energia local e a gerar o máximo possível dessa energia a partir de fontes renováveis”, conta Najork.
Em parceria com a Maximator Hydrogen, a organização pretende disponibilizar tecnologia para quatro mil postos de abastecimento de hidrogénio em todo o mundo até 2030. Os novos compressores desenvolvidos com base em contentores têm o potencial de reduzir para metade os custos totais de propriedade dos operadores.
Para garantir a segurança do abastecimento e responder ao desafio de disponibilidade flutuante da energia renovável, a aposta passa por células de combustível estacionárias de óxido sólido. Na Power & Air Solutions, subsidiária da Telekom, a tecnologia de célula de combustível da Bosch está já a ser usada para alimentar um centro de dados, numa estreia absoluta. A produção de células estacionárias deve arrancar a partir de 2024 em três locais na Alemanha.
A vertente da produção não fica de fora, com a Bosch a pretender desenvolver componentes para eletrolisadores, unidades que usam eletricidade para causar uma reação química que divide a água em hidrogénio e oxigénio, com o produto final a ser o hidrogénio verde, desde que a eletricidade necessária venha de fontes renováveis. Até ao final da década, a empresa vai investir 500 milhões de euros na produção e comercialização do componente central da eletrólise do hidrogénio, a pilha.
Por último, surge uma unidade que inicia e desenvolve projetos de hidrogénio verde e reúne diversos intervenientes, tirando partido da experiência e do conhecimento já adquiridos.