Omar Farooq, de 31 anos e que lidera o Color Museum, pretende criar uma plataforma onde comercializa os “meta NFT” em que os clientes podem comprar cores e ganhar royalties de cada vez que esse tom aparece numa imagem NFT vendida no mercado. O valor recebido varia de acordo com o valor da imagem comercializada e proporção de uso da cor na imagem. A iniciativa está em fase experimental e está a ser recebida com muito ceticismo por um lado e grande interesse online por outro.
Numa primeira fase, o grupo quer vender 10 mil tons retirados da grelha estandardizada sRGB, desenvolvida pela Microsoft e pela HP na década de 1990. “Vamos transformar as cores em dinheiro”, promete Farooq. O responsável acredita que estamos perante uma forma de capitalismo comunitário, onde os ganhos financeiros não são arrebatados por uma minoria, mas sim distribuídos, neste caso, pelos dez mil detentores dos NFT.
O objetivo de Farooq é conseguir rivalizar com o OpenSea, a plataforma dominante neste segmento e que está avaliada em 13 mil milhões de dólares. O OpenSea cobra uma taxa de transação de 2,5% e Farooq pretende repartir este ónus entre os compradores e os vendedores, a 1,25% cada um. Os lucros são distribuídos de acordo com um contrato pré-preparado onde são definidos as proporções e os rendimentos para cada utilizador.
O site propõe mesmo que cada comprador possa mudar o nome à cor que adquire e escrever um pequeno texto expositivo porque “cada cor tem a sua personalidade” e devemos “contar ao universo o que a nossa cor significa”. Numa segunda fase, os compradores originais podem encetar em negócios e vender as cores ou optar por ficar com elas no longo prazo, ganhando proveitos de cada vez que estas são usadas.
Apesar de o padrão sRGB ter mais de 16,7 milhões de cores distintas, os criadores do Color Museum pretendem comercializar ‘apenas’ 10 mil tons, o que torna os NFT de cor 1600 vezes mais raros do que a Bitcoin e 400 vezes mais raros do que o Ether, descrevem os autores, citados pelo Motherboard.
Farooq considera-se um original gangster da Bitcoin de boa fé, mas arrepende-se de não ter comprado e mantido Bitcoin no início. O receio de voltar a ficar de fora inspirou-o a criar este conceito de comprar e vender as cores dos NFT agora. A resistência inicial com que a ideia foi recebida é algo com que contava e agora “já passamos pela lama. As pessoas já o perceberam, há pessoas que estão com vontade de ler o site por si mesmas e tirar as suas conclusões. Estão a chegar”, descreve Farooq, com um tom de esperança.