A administração Biden incumbiu uma equipa de especialistas com o escrutínio do negócio da cloud da gigante chinesa Alibaba. Os EUA pretendem perceber como são armazenados naquele serviço os dados de cidadãos nacionais, incluído propriedade intelectual e informação pessoal, querendo ainda saber se estes dados podem ser acedidos pelo governo chinês.
Após a investigação, os reguladores dos EUA podem obrigar a empresa a adotar medidas de mitigação ou mesmo proibir os americanos de usar estes serviços. Os receios com estas práticas já tinham sido levantados pelo Departamento de Comércio na presidência de Donald Trump, mas só agora foi lançada a investigação formal, já sob a direção de Joe Biden, de acordo com três fontes ouvidas pela Reuters.
Dentro do universo da gigante Alibaba, o negócio da cloud para os EUA é pequeno, com receitas estimadas de 50 milhões de dólares. No entanto, uma proibição por parte dos EUA pode representar um golpe num negócio com grande potencial, sem contar com os danos infligidos na reputação da companhia.
Apesar de Washington, Pequim e a própria Alibaba terem recusado comentar a investigação, a empresa já tinha alertado no seu relatório anual que as empresas americanas “podem vir a ser proibidas de continuar a trabalhar connosco, incluindo cumprir as suas obrigações ao abrigo de acordos que envolvem os nossos… negócios na cloud”.
A equipa do Departamento de Comércio que está a investigar este tema foi criada na administração Trump precisamente com o objetivo de analisar as transações entre empresas americanas e os fornecedores ou parceiros de telecomunicações e tecnologia de “nações adversárias” como a China, Rússia, Cuba, Irão, Coreia do Norte ou Venezuela.
A unidade da cloud da Alibaba tem cerca de quatro milhões de clientes e registou um aumento de 50% nas receitas para os 9,2 mil milhões de dólares em 2020, representando 8% das vendas da organização.