O World Wildlife Fund encomendou em 2019 uma missão de limpeza do fundo do Mar Báltico e os mergulhadores fizeram uma descoberta inesperada: “um colega veio à tona e disse que estava uma rede de pesca com uma máquina de escrever lá dentro” conta Florian Huber, que lidera a iniciativa. Na verdade, o objeto que estava preso é uma máquina de encriptação Enigma, usada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial e presumivelmente atirada borda fora, numa tentativa de evitar que caísse nas mãos de Aliados.
Durante aquele conflito bélico, os nazis usaram um avançado sistema de encriptação que consistia nestas máquinas e que codificava as mensagens para que, caso caíssem nas mãos inimigas, não pudessem ser interpretadas. As máquinas estavam equipadas com rotores que permitiam codificar a mensagem de forma diferente de cada vez que se pressionasse o botão para encriptar. A Enigma encontrada agora na Baía de Gelting tem três rotores, o que leva os investigadores a sugerir que estivesse a equipar um navio de guerra e não um submarino, uma vez que estes passaram a ter máquinas com quatro rotores a partir de 1942.
Os conservadores do museu arqueológico Schleswig Holstein na Alemanha estimam que a máquina encontrada agora ainda precisa de um ano de limpeza e restauro antes de poder ser exibida, noticia o ArsTechnica.
A solução encontrada pelos nazis para codificar as mensagens era sofisticada ao ponto de se ter de mudar as definições dos rotores diariamente, seguindo o manual de código das configurações que acompanhava cada unidade. Alan Turing e os seus colegas foram capazes de decifrar o sistema em 1941 e estiveram, durante o resto da Guerra, a tentar acompanhar as mudanças e melhorias que os nazis iam fazendo nas suas Enigma.