Na sequência da aprovação da nova lei de segurança nacional na China, a Facebook, Microsoft, Twitter, Google, Telegram e Zoom já informaram que vão pausar a cooperação com as entidades governamentais no que toca a pedidos de informação de utilizadores. A Apple estará a sentir a pressão, uma vez que não se decidiu e informa apenas que está ainda a “analisar” a nova legislação.
O TikTok, detida pela chinesa ByteDance, reforçou que nunca partilhou dados de utilizadores com Pequim e salientou que não irá pactuar com este tipo de pedidos, anunciando mesmo a saída de Hong Kong. Apesar de ser propriedade da chinesa ByteDance, o TikTok não está disponível na China como a conhecemos, mas sim sob a forma de uma versão muito censurada conhecida por Douyin.
De acordo com a nova lei aprovada na China, as autoridades podem ordenar às plataformas de redes sociais, editores de conteúdos e fornecedores de acesso à Internet a remoção de qualquer mensagem que seja considerada uma ameaça para a segurança nacional ou que possa provocar uma ofensa. As penalizações por não cumprimento desta lei podem ser multas até 12 mil dólares ou mesmo prisão de até seis meses.
A Zoom foi criticada no mês passado ao admitir que suspendeu ou cancelou contas de ativistas de Hong Kong a pedido das autoridades chinesas. Agora, a tecnológica especializada em videoconferências revela que vai parar de cooperar com esses pedidos e que está a explorar tecnologia para bloquear utilizadores de dentro do país.
A Apple é assim a última grande empresa tecnológica dos EUA que continua a cooperar com as autoridades em Hong Kong.
Recorde-se que Hong Kong voltou à China em 1997, com a condição de que certas liberdades fossem mantidas e que os cidadãos tivessem acesso ilimitado à Internet, algo que não acontece na China continental. Agora, a nova legislação que foi aprovada visa punir “atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras para por em risco a segurança nacional” e surge na sequência de meses de manifestações em defesa de reformas democráticas.