Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, reiterou que a migração das frequências usadas para a TV Digital Terrestre (TDT) só deverá ficar concluída no final de julho. O prazo definido pela operadora contrasta com o prazo definido pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom), que determinou o final de junho como data-limite para o fim da migração e a disponibilização da faixa hertziana dos 700 MHz para o lançamento da quinta geração das redes móveis (5G) No início da semana, representantes da Altice foram à Assembleia da República e manifestaram, em audição parlamentar, que é “impossível cumprir” o prazo determinado pela Anacom.
“Há quase um ano apresentámos ao regulador (a Anacom) um plano para a migração da TDT”, lembrou Alexandre Fonseca, numa reunião com jornalistas por ocasião do quarto aniversário dos Altice Labs, que se celebram esta quinta-feira em Aveiro. O CEO da Altice Portugal garante ter provas relativas ao envio para a Anacom dos prazos que considera viáveis para a migração das frequências da TDT.
De acordo com os planos da Altice Portugal, a migração da TDT poderá demorar entre oito e nove meses a ficar concluída.
Alexandre Fonseca reiterou que vai seguir os planos definidos internamente pela operadora – mesmo que possam não coincidir com a intenção da Anacom em terminar o processo de migração da TDT no final de junho.
“Esses nove meses (definidos internamente pela Altice) serão cumpridos. Se conseguirmos em menos tempo, assim será”, sublinhou o executivo, para depois lembrar que os prazos definidos pela Altice já davam margem de manobra para lidar com alguns imprevistos. “Há um ano não havia uma coisa que é o novo coronavírus”, acrescentou.
Alexandre Fonseca rejeitou ainda que o facto de a Altice Portugal poder não respeitar o prazo definido pela Anacom possa vir a atrasar a atribuição de espectro para o lançamento da 5G em Portugal.
Além do processo de consulta pública em que se encontra o regulamento do leilão do espectro, o lançamento da 5G ainda depende da data em que o leilão fechar com a última licitação. O CEO da Altice Portugal lembrou que o leilão é aberto e não tem data definida – e por isso poderá prolongar-se enquanto houver licitações. “Logo não sabemos quando vai acabar”, informou.
Em contrapartida, Alexandre Fonseca já tem uma noção precisa do tempo necessário para o lançamento dos primeiros serviços de 5G, após a atribuição das licenças aos concorrentes do leilão. Segundo o executivo, a estreia da nova geração de comunicações móveis pode efetuar-se três a seis semanas depois de garantidas as devidas licenças de exploração.