Em 2016, a Blackberry decidiu colocar fim à produção interna de smartphones e cedeu os direitos de marca à fabricante chinesa TCL. Agora, a tecnológica asiática revela que vai deixar de fazer estes telefones em agosto de 2020, embora assegure o apoio aos clientes até agosto de 2022. A BlackBerry não conseguiu intrometer-se na luta entre Apple e Samsung para manter uma posição dianteira no mercado. A empresa está agora focada em software e cibersegurança, depois de ter falhado também em atrair utilizadores para o novo sistema operativo BlackBerry 10 (BB10).
O acordo com a TCL previa o lançamento de smartphones com o icónico teclado da Blackberry, mas com sistema operativo Android e acesso às aplicações da loja da Google. A Blackberry ficaria encarregue de fornecer algumas apps e uma versão mais segura do Android. Em troca, a TCL paga uma taxa por cada aparelho vendido. A parceria avançou, mas, com o passar do tempo, cada vez menos clientes pareciam estar inclinados a optar por estes telefones. Os novos aparelhos ostentam ainda um preço acima da média, o que parece estar a levar os consumidores a optar por outras marcas.
Do lado da TCL, surgem rumores de que a fabricante chinesa estava interessada em vender telefones com o icónico teclado, mas preferia não usar a marca Blackberry ou o Android customizado. Esta versão nunca foi confirmada oficialmente, mas a verdade é que o anúncio do fim do acordo parece dar-lhe razão.
Ao abrigo da parceria, foram lançados os modelos BlackBerry KeyOne, Key2 e os low-cost Key2 LE.
Ben Wood, consultor da Insight ouvido pela BBC, explica que os teclados no ecrã são o novo padrão e que os grandes avanços em segurança por parte das equipas do Android e do iOS no mercado empresarial colocam a posição da Blackberry em risco. Outro fator determinante para o fim deste acordo é a aposta da TCL em fazer um grande avanço no mercado em 2020 com os aparelhos de própria marca, naquele que parece ser agora o foco da empresa.
A TCL finaliza o comunicado a anunciar que «o futuro é risonho para a TCL Communication e para a Blackberry Limited e esperamos que continuem a apoiar ambas à medida que avançamos nos nossos respetivos caminhos».