Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, pode ser encarado como um aliado bastante próximo dos EUA, mas não se coibiu de apoiar a lei que prevê a aplicação de uma taxa de dois por cento às vendas das grandes empresas que operam na Internet. De acordo com a BBC, a lei que já vem sido trabalhada desde o ano passado, poderá entrar em vigor a partir de abril de 2020.
Nem o facto de Donald Trump, presidente dos EUA, ter anunciado horas antes uma retaliação fiscal que prevê um incremento de 100% das taxas das importações francesas na sequência da aplicação de uma taxa de três por cento às receitas dos gigantes tecnológicos em França, terá assustado Boris Johnson.
«No que toca às taxas dos serviços digitais, penso que precisamos de olhar para as operações das grandes empresas digitais e para as grandes faturações que têm neste país, e o total de impostos que pagam», referiu o primeiro-ministro britânico, citado pela BBC. «Temos de resolver isto. Elas (as grandes empresas da Internet) precisam de fazer uma contribuição mais justa», acrescentou ainda Johnson.
Apesar da notória aproximação da diplomacia britânica e da diplomacia americana, Johnson dificilmente teria margem de manobra para travar a aplicação da taxa aos cibergigantes, que foi proposta pelo antigo responsável pela pasta das finanças do Governo Conservador, Philip Hammond, com o propósito de coletar cerca de 500 milhões de libras (cerca de 590 milhões de euros) por ano.
O próprio programa governamental do Partido Conservador, que é liderado por Boris Johnson, já previa essa taxa. E mesmo que o governo britânico mude cor é pouco provável que esta taxa não se torne uma realidade. Também o programa de governo do Partido Trabalhista prevê a aplicação de taxas às maiores redes sociais e empresas de comércio eletrónico.