O Bloco de Esquerda (BE) pretende proibir os bancos de cobrarem comissões pelas transferências efetuadas através da app MB Way. A medida consta num pacote de projetos legislativos para o setor bancário, que os dirigentes bloquistas apresentaram numa conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, em Lisboa.
Os dirigentes bloquistas consideram que os bancos têm vindo a aplicar «taxas abusivas» aos diferentes serviços que disponibilizam no mercado. E o fim das comissões nas transferências efetuadas com a app MB Way pretende contrariar o cenário denunciado pelos bloquistas. «Os bancos começaram por habituar os clientes a esta aplicação não cobrando taxas, e agora carregam nas taxas que cobram», recordou Mariana Mortágua, deputada do BE, citada pelo Expresso.
A deputada justificou o fim das taxas no MB Way com a «desproporcionalidade» dos valores exigidos pelos bancos e pelo facto de serem os consumidores que mais valorizam as inovações que têm de suportar os custos associados ao uso da app do Multibanco.
Além das comissões do MB Way, a bancada do BE apontou baterias às comissões bancárias. Nas contas apresentadas durante a manhã de quarta-feira, o BE recorda que entre, 2007 e 2019, os portugueses gastaram de 8,8 milhões de euros por dia em comissões bancárias. Para fazer face a estes custos, o BE defende atualização das contas bancárias de baixo custo, que hoje são usadas por 77 mil pessoas, a fim de as tornar contas bancárias universais que qualquer consumidor pode registar e usar em associação com outras contas e serviços bancários.
No pacote de medidas do BE, figuram ainda o fim das comissões cobradas pelas declarações de fim de dívida ao banco e também das comissões ao crédito que são decididas unilateralmente.