Jack Dorsey defende que o alcance das mensagens políticas «deve ser merecido» ao convencer as pessoas a seguirem uma conta ou partilharem um tuíte, em vez de poder ser comprado através de anúncios. Assim, o Twitter vai deixar de ter estes anúncios pagos já a partir do próximo mês. O objetivo de Dorsey é colocar a plataforma em melhor posição para lidar com os anúncios online e com os desafios do micro-targetting de audiências, vídeos deepfake e mensagens otimizadas por sistemas de aprendizagem de máquina.
A alteração na política de utilização do Twitter chega numa altura em que o debate em torno das presidenciais de 2020 dos EUA se intensifica e se recordam os fantasmas das eleições de 2016 e de como o Facebook possa ter sido manipulado para contribuir à condução de Donald Trump ao cargo.
A decisão do Twitter foi recebida com um misto de reações: alguns Democratas elogiaram a decisão, dizendo que esta ajuda a proteger a democracia, enquanto a campanha de Donald Trump criticou-a e disse que se tratava de uma forma de censurar discurso conservador. Alguns grupos e analistas referem que os políticos não necessitam de comprar anúncios para fazer passar mensagens falsas e que esta decisão pode contribuir muito pouco para diminuir a desinformação. Por outro lado, houve o alerta de que esta medida vai contribuir para aumentar as redes de botnets que espalham as fake news, noticia a Cnet.
Do lado do Facebook, aumenta a pressão para que tome alguma medida no sentido de evitar a desinformação e sabe-se que Mark Zuckerberg não é apologista de perder as receitas de anúncios publicitários. O fundador da rede social disse recentemente que «os anúncios podem ser uma parte importante da voz» e relembrou que Google, YouTube e as plataformas de TV por cabo correm os mesmos anúncios políticos que o Facebook.