Carlos Moedas, em reta final de mandato de Comissário Europeu com a pasta da Inovação, assinou em Bruxelas o lançamento de 14 centros de investigação financiados pelo Programa Horizonte 2020. No âmbito da iniciativa serão criados dois centros de investigação que contam com a coordenação da Universidade de Coimbra e da Universidade do Porto. Cada um dos novos centros liderados pelas universidades portuguesas vai beneficiar de um investimento de cerca de 15 milhões de euros. O Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento-Portugal (MIA-Portugal), em Coimbra, e o BIOPOLIS, que tem a liderança do Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares (ICETA), da Universidade do Porto, são os projetos portugueses selecionados para receberem os fundos europeus.
Em comunicado, a Comissão Europeia faz saber que a aposta em países com menor desempenho científico contempla a constituição de 14 «centros de excelência», que serão «coordenados por instituições da Bulgária, Chipre, Chéquia, Estónia, Letónia, Polónia e Portugal». «Os temas abordados vão desde a investigação marinha, a genómica ou a saúde até aos biomateriais e o ambiente», acrescenta o comunicado.
O MIA-Portugal (Multidisciplinary Institute of Ageing) vai ser liderado em parceria pela Universidade de Coimbra, a Universidade de Newcastle upon Tyne, a Universidade de Groningen e o Instituto Pedro Nunes (que está ligado à Universidade de Coimbra).
A Comissão Europeia informa que se trata do «primeiro centro de excelência em investigação sobre o envelhecimento no Sul da Europa». Além da melhoria do bem-estar e da saúde das faixas etárias mais elevadas, o novo centro de investigação não deverá perder de vista as oportunidades de negócio que o segmento possa comportar, bem como algumas variáveis socioeconómicas. «Com base numa posição de liderança internacional no domínio do envelhecimento, irá criar conhecimentos para promover uma vida saudável, desenvolver, validar e fornecer intervenções que melhorem a esperança de vida saudável humana, com especial destaque para os membros da população com a esperança de vida saudável mais baixa, e promover a transferência de inovação para práticas e serviços», refere a Comissão Europeia.
No caso do BIOPOLIS, a liderança das operações será assumida pelo Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares (ICETA), da Universidade do Porto, e à Universidade de Montpellier e à Porto Business School Association.
«Com base num plano empresarial ambicioso, o projeto visa o estabelecimento da BIOPOLIS como um dos melhores centros internacionais de excelência em biologia ambiental, investigação sobre ecossistemas e agrobiodiversidade, com capacidade para difundir a excelência para a inovação nos domínios do ambiente, da biodiversidade e da agricultura, contribuindo assim para o desenvolvimento socioeconómico a nível regional e nacional», prevê a Comissão Europeia. Com o novo investimento comunitário, o BIOPOLIS terá por missão o estudo da biologia ambiental dos genes até aos grandes ecossistemas para encontrar potenciais soluções para os desafios que a Natureza tem vindo a colocar à sociedade. A apresentação do novo centro terá em conta parcerias de longo prazo, bem como a contratação de especialistas e eventuais oportunidades de negócio.
«Com este instrumento do programa Horizonte 2020, juntamos parceiros de vários países europeus para desenvolver projetos de excelência em regiões que ainda carecem de mais apoio em termos de infraestruturas. Congratulo-me especialmente com o desempenho de Portugal neste instrumento, com mais dois projetos de excelência que permitirão criar novos centros de investigação, consolidar equipas científicas e desenvolver trabalho com impacto na vida dos cidadãos europeus, seja no envelhecimento ativo seja na biodiversidade», comenta o comissário europeu Carlos Moedas, em comunicado da Comissão Europeia.