O Minho Advanced Computing Centre (MACC) vai ser inaugurado na sexta-feira, 5 de julho, em Riba D’Ave, distrito de Braga. O novo equipamento, que promete multiplicar por 10 a capacidade computacional ao dispor da comunidade científica nacional, deverá ficar alojado na Centro de Dados da REN e deverá contar com a participação da NOS na gestão da infraestrutura e comunicações. Os sistemas foram instalados pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Universidade do Minho. Mas esta não será a única supermáquina prevista para Riba d’Ave. Deucalion, um supercomputador com uma capacidade computacional de 10 PetaFlops (ou 10 mil biliões de operações por segundo) deverá juntar-se ao MACC até ao final e 2020, depois da aprovação dada pela iniciativa EuroHPC, promovida pela Comissão Europeia com vista a promover a instalação de sistemas de supercomputação no espaço comunitário. Os dois supercomputadores deverão estar totalmente operacionais até 2021.
De acordo com informação disponibilizada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Nos e a REN deverão garantir a manutenção do supercomputador durante seis anos.
A instalação do novo supercomputador deverá abrir caminho a concursos para a captação de projetos relacionados com a Inteligência Artificial, computação avançada e assistentes de voz em português. Estes concursos deverão orçar dois milhões de euros. A estes concursos junta-se um protocolo com REN, Nos e EDP que tem em vista o desenvolvimento de projetos que produzem impacto direto na economia nacional e que permitam tornar mais eficiente o consumo energético do MACC. O supercomputador deverá operar com base energias renováveis. Também se prevê o desenvolvimento de sistemas de armazenamento energético.
Numa reunião levada a cabo com jornalistas durante a manhã desta quarta-feira, Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, não hesitou em descrever a nova infraestrutura científica como «um elemento crítico para a nossa estratégia científica». A título de exemplo, o ministro lembrou ainda que, logo na inauguração, será possível ver em ecrãs colocados no local, algumas das experiências científicas que deverão recorrer aos cálculos e simulações do MACC. «Não há inteligência artificial sem capacidade de computação», recordou Manuel Heitor, enquadrando o supercomputador em programas como Iniciativa Nacional Competências Digitais (Incode2030) e na Estratégia Nacional de Computação Avançada.
O MACC resulta de uma parceria entre a FCT e a Universidade do Texas, em Austin, e deverá ser usado em articulação com os supercomputadores espanhóis através da Rede Ibérica de Computação Avançada (RICA), e deverá operar integrado na European High Performance Computing (EuroHPC). O MACC tem uma capacidade de memória 266TBytes, 1 PetaByte de armazenamento, e cálculos a velocidades de 1 PFlop. No total dispõe de 800 nós de computação.
Estes dois supercomputadores não esgotam a aposta de Portugal na supercomputação: os cientistas portugueses também deverão, em breve, passar a recorrer aos cálculos do Barcelona Supercomputing Center, através da participação num consórcio apoiado pela Comissão Europeia. A participação portuguesa deverá corresponder a 10% do consórcio, que conta igualmente com a participação da Espanha, Irlanda, Turquia e da Croácia. Com capacidade de 175 mil biliões de operações por segundo (175 PetaFlops), este supercomputador deverá posicionar-se entre os cinco mais avançados do mundo.