O CEO da Qualcomm, Steve Mollenkopft, testemunhou perante as autoridades dos EUA que a empresa pagou mil milhões de dólares à Apple para ajudar a suportar os custos de migração tecnológica dos chips Infineon para os da Qualcomm. Mollenkopft admite que estes pagamentos são habituais na indústria, mas revela que desta vez o valor foi bastante mais elevado.
O pagamento desse montante fez com que a Qualcomm fosse nomeada a fornecedora exclusiva de chips modernos para a Apple. Em troca, a Qualcomm comprometeu-se também a fazer um desconto, embora não sejam conhecidos estes montantes. Caso a Apple optasse por outro fornecedor, perderia o desconto, o que levaria a um aumento efetivo dos custos, explica a Reuters.
Organismos reguladores da concorrência acreditam que este tipo de acordo é parte de uma conduta anticompetitiva levada a cabo pela Qualcomm para preservar a sua posição dominante e afastar rivais como a Intel. O CEO da fabricante de componentes defende que o pagamento foi uma exigência da Apple e que teve de fazer o melhor para conseguir vender chips suficientes para recupear o investimento.
Tony Blevins, que foi responsável pela cadeia de fornecimento da Apple, explicou que a estratégia da marca da “maçã” passava por pressionar pelo menos dois fornecedores de cada um dos mil componentes do iPhone. Por outro lado, em relação a estes chips, os descontos da Qualcomm eram bastante generosos, o que tornava «menos atrativa» a ideia de optar por outro fornecedor de chips.