Jay Y. Lee, o líder da Samsung que se encontrava detido desde fevereiro, foi condenado a 5 anos de cadeia por suborno. O julgamento que chegou agora ao fim durou seis meses e o caso também foi responsável pela saída do poder da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, em março deste ano. O tribunal deu como provado que Lee ofereceu subornos a Park como forma de pagamento antecipado de favores.
Além disso, o responsável da companhia também considerado culpado de crimes de perjúrio, desfalque e ocultação de bens no estrangeiro, revela a Reuters. Um dos casos mais falados do julgamento foi um patrocínio da Samsung de cerca de 5,4 milhões de euros à carreira equestre da filha de um amigo da presidente sul-coreana e que agora foi considerado uma forma de suborno.
Recorde-se que Lee, de 49 anos, é o herdeiro de um dos maiores grupos empresariais do mundo e começou a dirigir as operações da Samsung quando o seu pai, Lee Kun-hee, ficou incapacitado na sequência de um ataque cardíaco em 2014.
Os advogados de Jay Y. Lee já avisaram que vão recorrer da decisão para uma instância superior. Saliente-se que, na Coreia do Sul, as penas de prisão superiores a 3 anos não podem ser suspensas.
Como refere a Reuters, esta sentença tem também um forte caráter simbólico, já que, durante décadas, as grandes famílias que controlam o mundo empresarial sul-coreano eram acusadas de passarem impunes aos olhos da justiça e de prejudicarem startups e pequenos negócios. O próprio Lee Kun-hee chegou a ser condenado no passado por crimes de suborno, desfalque e evasão fiscal, mas as penas acabavam por receber perdão presidencial, já que se entendia que sentenças severas poderiam ter um grande impacto negativo na economia do país.