Vamos ser realistas: ninguém conhece melhor uma casa que um aspirador robótico. A Roomba, enquanto fabricante de robôs aspiradores há muito que sabe disso, mas está disposta a mudar de cenário, vendendo as plantas das casas dos respetivos clientes à Amazon, Apple ou Google.
A Amazon, Apple e a Google ainda não comentaram, mas a verdade é que Colin Angle, líder da iRobot admitiu que essa possibilidade se possa concretizar nos próximos dois anos.
«Há todo um ecossistema de coisas e serviços que uma casa inteligente pode disponibilizar, a partir do momento em que existe um mapa com informação da casa do utilizador, que tenha tido autorização para ser partilhado», referiu Colin Angle, quando inquirido pela Reuters.
Em Wall Street, a mensagem foi recebida com entusiasmo: as ações da marca passaram de 35 para 102 dólares nos últimos 12 meses. O mote já tinha sido dado com o lançamento dos modelos Series 900, que não se limitam a guiar com a ajuda de sensores, e dispõem da inteligência necessária para criar mapas da casa de cada utilizador.
A Roomba vai continuar a apostar na capacidade de mapeamento, mas no que toca à venda do mapas domésticos, mesmo com os maiores gigantes das tecnologias remetidos a um silêncio estratégico, há mais um desafio a superar, antes de avançar com a venda de mapas domésticos: «Este é um exemplo particularmente assustador de como a nossa privacidade pode ser minada por empresas que pretendem fazer lucro com a informação que os dispositivos inteligentes podem gerar acerca das nossas casas e vidas», alerta Jim Killock, diretor executivo, do grupo de defesa da privacidade Open Rights Group, quando questionado pelo The Guardian.