Os dados constam no mais recente relatório da Mercer: cada trabalhador consulta, em média, 150 vezes um dispositivo móvel por dia. O mesmo relatório estima que o total destas consultas já ocupa um quarto do dia.
Segundo o relatório “A Workforce Tsunami is Approaching”, 57% das interrupções relacionadas com a consulta de telemóveis e afins «são causadas pela alternância entre aplicações, sendo que cada colaborador demora cerca de 23 minutos a voltar a concentrar-se nas suas tarefas».
Em comunicado, os responsáveis da Mercer lembram que o mercado de trabalho está em mutação – levando ao aparecimento de novas relações contratuais e a novos perfis de trabalhadores. As tecnologias são um dos fatores que têm contribuindo para as mudanças detetadas nas empresas. Os especialistas da Mercer sublinham que atualmente há uma certa tendência para a «confusão entre a utilização de tecnologia em demasia e a produtividade, a dificuldade de filtragem entre aquilo que é útil e importante perante a enorme quantidade de informação, bem como a individualização de planos de carreira. O receio de deixar escapar um dado importante leva os colaboradores a desempenhar várias tarefas em simultâneo, sendo a média de tempo de atenção exclusiva a determinada função de menos do que 3 minutos».
José Pedro Sousa, Consultor Sénior da área de Talent da Mercer, faz a seguinte análise das atuais relações laborais: «As últimas cinco décadas foram marcadas por um crescimento global do PIB sem precedentes, potenciado pelo crescimento do mercado laboral e o aumento da produtividade. Contudo, prevê-se que este mercado abrande drasticamente nos próximos 50 anos. A pressão para a produtividade é cada vez maior e origina elevados níveis de stress e esgotamento laboral que, por sua vez, resultam na queda desta mesma produtividade, problemas de saúde, absentismo, aumento das taxas de rotatividade e falta de compromisso».