
Portugal de acordo com o Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade de 2016. O gráfico ilustra o desempenho do país tendo em conta a conectividade, a integração de tecnologias digitais, os recursos humanos, uso da Internet e Serviços Públicos Digitais

A evolução do IDES de Portugal face à média da UE. Portugal apresenta um indicador de 0,53, superando a UE com 0,52

É na conectividade que Portugal apresenta resultados mais contrastantes

Indicadores da Integração de Tecnologias Digitais

Nos Serviços Públicos Digitais, Portugal consegue a sua melhor prestação

Nos recursos humanos, é a falta de competências que se destaca

No uso da Internet, ainda bá melhorias a fazer tanto no segmento profissional como entre os consumidores
A Comissão Europeia publicou hoje o Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade (IDES). E a boa notícia é que Portugal foi o segundo país que mais evoluiu no último ano no desenvolvimento da economia digital e por isso foi colocado no pelo tão da frente do progresso. Mas há também uma não tão boa notícia: o País não vai além de uma honrosa, mas modesta 14ª posição no ranking total da IDES. Os contrastes não se limitam à discrepância entre o progresso registado nos últimos meses e a classificação geral: 91% das casas têm acessos à Internet, mas cerca de metade da população não tem as competências digitais mais elementares e 28% nunca usaram a Internet.
Nas diferentes alíneas que descrevem o País, é possível encontrar índices e percentagens que permitem “tirar a fotografia” à digitalização em curso: Portugal figura na segunda posição do ranking da adoção de tecnologias RFID; na banda larga fixa está na sétima posição com 100% de cobertura; e está também na sétima posição no que toca às redes de nova geração (91% de cobertura), subscrições de acessos à Net rápidos e licenciados em ciências e tecnologias (21 pessoas por cada milhar). Na partilha de informação online, Portugal encontra-se na 5ª posição do ranking elaborado pela Comissão Europeia.
Na banda larga móvel, Portugal não vai além da 26ª posição em 28 possíveis; no preço da banda larga fixa e no uso da banca online, o País está na 24ª posição, e no comércio eletrónico não vai além da 22ª; apenas 65% das pessoas usam Internet e por isso Portugal não vai além da 22ª posição neste indicador; e não consegue mais de 2,5% de especialistas em tecnologias e telecomunicações, ficando na 23ª posição.
O IDES pretende refletir a evolução da economia de um país rumo à digitalização. A classificação atribuída a cada País tem em conta cinco indicadores: conectividade, os recursos humanos, o uso da Internet, a integração da tecnologia digital, e os serviços públicos digitais. No topo do IDES figuram a Dinamarca, os Países Baixos, a Suécia e a Finlândia. Apenas os Países Baixos figuram igualmente no pelotão dos países que mais avançaram, que conta ainda a Estónia, a Alemanha, Malta, a Áustria e Portugal.
A nível comunitário, os resultados não dão muita margem para euforias – pelo menos, é essa conclusão que se pode tirar a partir do comunicado que a Comissão Europeia enviou com o balanço anual da evolução digital dos 28 estados-membros. Com uma pontuação de 0,52 em 1, a UE reflete uma melhoria ligeira face ao ano passado (0,50), mas a Comissão Europeia não descrever o avanço como sendo lento. O estudo é também revelador das diferentes velocidades da UE: os países mais avançados competem com os melhores do mundo, mas os autores do estudo lembram que «a UE no seu conjunto precisa de melhorar significativamente a sua posição na cena mundial». Nos indicadores negativos, destaque para os 45% dos europeus que não têm competências digitais; apenas 16 % das PME vendem na Internet só metade destas empresas fazem vendas para o estrangeiro. Nota ainda para um contraste: há cada vez mais serviços públicos online, mas são pouco usados.
Em comunicado, Günther Oettinger, Comissário da Economia e Sociedade Digitais, faz a seguinte análise à economia digital europeia: «São necessárias medidas para recuperar o atraso que nos separa do Japão, dos EUA e da Coreia do Sul. Com base no índice de hoje, em maio, apresentaremos recomendações concretas para ajudar os países da UE a melhorar os seus desempenhos nacionais. Com estas recomendações e com o trabalho que estamos a desenvolver para criar um Mercado Único Digital, tenho a certeza de que tanto a UE no seu conjunto como os Estados-Membros irão melhorar muito o seu desempenho nos próximos anos».
Clique nos quadros inseridos nesta página e analise os diferentes indicadores da digitalização em Portugal. Os quadros foram elaborados pela Comissão Europeia. Nem todos os indicadores disponibilizados pela Comissão Europeia se encontram nesta página.