Para esquerda quer dizer que não, para a direita quer dizer que sim: o popular swipe nada tem que saber, e há milhões de pessoas que deslizam o dedo para a esquerda ou para a direita na hora de escolher um potencial parceiro numa app de encontros. O que talvez não se esperasse é que no auge do confinamento social nos EUA e na Europa, a maior das apps de encontros batesse o recorde de swipes. Em entrevista à BBC, Elie Seidman, diretor executivo da Tinder, fez saber que, a 29 de março, foram contabilizados mais de três mil milhões de swipes na famosa app.
Os números apresentados pela Tinder dão aso ao que se costuma chamar de sentimentos contraditórios: os swipes bateram recordes e confirmam a preferência dos internautas, mesmo em períodos em que limitados no que toca a encontros com desconhecidos, mas também revelam um decréscimo do número de utilizadores que estão dispostos a pagar contas premium, que permitem aceder a funcionalidades que aumentam a taxa de sucesso durante a procura de um parceiro.
Elie Seid não revela detalhes do potencial decréscimo do número de utilizadores pagantes, mas admite preocupação relativamente aos efeitos produzidos pelo crescente desemprego durante a pandemia Covid-19. “Estou bastante preocupado com o que vai acontecer economicamente à nossa sociedade e o impacto que terá em muitos dos nossos membros”, reitera na entrevista à BBC.
Atualmente, só seis milhões de utilizadores do Tinder pagam para ter acesso a contas com funcionalidades avançadas. Entre 2012 e a atualidade, a aplicação já foi descarregada por 340 milhões de utilizadores.
Os dados da Tinder apontam para uma recuperação de utilizadores pagantes à medida que as medidas de confinamento vão sendo levantadas – mas a aplicação também pretende seguir as tendências já implementadas por marcas concorrentes que decidiram avançar com funcionalidades de videoconferência entre potenciais parceiros, para fazer face às limitações do confinamento. A funcionalidade de videoconferência da Tinder deverá ser lançada em junho, confirmam os responsáveis da app dos encontros