A NMusic quer marcar presença nos televisores de nova geração através de um reprodutor de músicas que promete atuar como alternativa ao serviço de streaming de música que a empresa portuguesa tem vindo a comercializar em Portugal junto dos clientes do Meo. Com esta nova app de TV, quem não tem o serviço de televisão, mas é cliente da Meo noutros serviços telecomunicações passa a poder aceder à NMusic a partir do televisor, explica Celestino Alves, líder da NMusic.
Em paralelo com a oferta permitida disponibilizada aos clientes do Meo, o serviço da NMusic vai estar disponível com um custo mensal de 6,90 euros.
«Vamos disponibilizar este player aos nossos parceiros quando eles quiserem», acrescentou Celestino Alves, durante um encontro com jornalistas realizado esta manhã, recordando que a nova app também poderá ser usada pelos clientes tradicionais da NMusic.
Os líderes da NMusic aproveitaram a ocasião para fazer um balanço relativamente à editora especializada no formato digital que tem vindo a explorar durante o último ano.
Hoje, a editora conta com um portfolio de 1200 discos, 10 mil faixas de música e 100 vídeos e 450 artistas. Alguns desses artistas, como os minhotos Okkur, estão a estrear-se no circuito pelas mãos da editora da NMusic; outros já têm carreiras consolidadas e nalguns casos apenas procuraram a editora com o propósito de comercializar música em formato digital. Mão Morta, Expensive Soul, UHF, Mário Laginha, Júlio Pereira e Simone de Oliveira são alguns dos nomes consagrados que figuram na editora.
Com um milhão de utilizadores registados em todo o mundo, a NMusic tem vindo a assumir um posicionamento de «B2B2C» no segmento da transmissão de música. A classificação de B2B2C deve-se ao facto de a empresa portuguesa fornecer uma plataforma de transmissão de música a terceiros (de preferência operadores de telecomunicações) que atribuem uma marca e fazem a respetiva exploração comercial em cada mercado. Atualmente, a plataforma da NMusic é usada pela Airtel na Nigéria com a marca Zyng e pela Intigral Telecom com a marca Sultn em cinco mercados do Médio Oriente.
Celestino Alves recorda que a NMusic está a disputar taco-a-taco alguns segmentos com marcas como a iTunes e a Spotify, garantindo que, no mercado nacional, a empresa tem conseguido liderar algumas das frentes concorrenciais.
O potencial de negócio podia ser ainda maior. Há cerca de dois anos, a NMusic disputou com a Beats o fornecimento da tecnologia que haveria de suportar o serviço de streaming de música da AT&T, nos EUA. Celestino Alves recorda que a NMusic foi a solução escolhida pelas características técnicas e comerciais, mas a AT&T acabou por preferir a Beats, «por ser importante potenciar um produto americano».
Essa escolha não tardaria a traduzir-se em cifrões. Em maio, o serviço de streaming de música e o portfolio de auscultadores com a marca Beats foi vendido à Apple por três mil milhões de dólares.
Celestino Alves acredita que o negócio chorudo da Beats poderia ter acontecido com a NMusic – e ainda não pôs de parte uma eventual aquisição por parte de um dos interessados que o têm sondado nos últimos tempos. Mas antes disso as atenções ficarão focadas num ainda misterioso produto que terá uma primeira demonstração no início de março, mas só deverá estrear comercial no final de 2015.
«Começámos com música e vídeo, mas temos capacidade para comercializar qualquer conteúdo», garante o líder da NMusic, sem avançar com detalhes sobre o novo produto.