A Microsoft e a Atom Computing anunciaram ter conseguido debelar alguns dos desafios da computação quântica e que vão lançar um destes computadores para ser vendido no mercado já em 2025. As duas empresas revelaram, na conferência Ignite, realizada nesta semana, que conseguiram ‘prender’ 24 qubits lógicos usando átomos neutrais mantidos no seu lugar por lasers. Este será o maior número de qubits lógicos entrelaçados de que há registo.
Outro desafio importante que foi superado pelas equipas é a capacidade deste sistema em detetar quando um dos átomos neutrais que constitui um qubit físico ‘desaparece’ e atuar repetidamente para corrigir essa ausência. As máquinas que vão começar a ser vendidas em 2025 vão ter mil qubits físicos.
As duas empresas conseguiram construir uma máquina com 20 qubits lógicos, criados a partir de 80 qubits físicos e executar o algoritmo Bernstein-Vazirani, um algoritmo quântico clássico que pretende demonstrar a superposição (capacidade de ser 0 e 1 simultaneamente) e a interferência (que aplica transformações que levam a que partes diferentes da superposição interfiram umas com as outras de forma útil). Krysta Svore, vice-presidente de desenvolvimento quântico avançado na Microsoft Azure Quantum, conta ao TechCrunch que “mostrámos capacidade de computação com estes qubits lógicos e também fomos capazes de executar repetidamente correção de perdas com estes qubits”. A empresa de Redmond providencia um sistema de virtualização de qubit que permite às equipas desenhar a correção do erro quântico otimizada para cada processador especificamente.
O sistema deteta e compensa a ausência de átomos neutrais ao tirar uma ‘fotografia’ logo após o arranque do sistema para detetar que todos estão no seu lugar. À medida que o sistema opera é possível ir detetando a luminescência para verificar se um átomo está no sítio correto. “Quando um átomo é perdido, queremos saber que aconteceu e depois queremos ser capazes de corrigir essa perda. Queremos ser capazes de recuperar dessa perda sem parar a computação. Isso é um elemento-chave que trouxemos para o sistema de virtualização quântica”, explica Svore.
Já Bem Bloom, diretor executivo da Atom Computing, afirma que “estamos entusiasmados por continuar a nossa colaboração com a Microsoft, que já atingiu marcos importantes na computação quântica (…) este sistema irá permitir o rápido progresso em múltiplos campos, incluindo química e ciência dos materiais”