Os novos portáteis da HP são um primeiro sinal do que está para vir – uma maior aposta dos fabricantes em componentes e funcionalidades relacionadas com Inteligência Artificial (IA).
“Está mais do que escrito e documentado os benefícios que traz ao mercado profissional o uso de IA, seja para maior produtividade, seja para desbloquear a criatividade. O objetivo final é as empresas serem mais competitivas, para oferecerem melhores serviços aos seus clientes”, começou por justificar Pedro Coelho, responsável pela área de computadores empresariais da HP Portugal, num evento de imprensa realizado nesta quarta-feira, em Lisboa.
E segundo o responsável, o caminho de utilização de ferramentas de Inteligência Artificial será híbrido. Algumas os utilizadores vão aceder através da web ou aplicações, sendo o processamento dessas tarefas feitas na cloud, em servidores especializados. Mas haverá funcionalidades de IA que serão executadas diretamente no computador, em chips especializados.
“Quando corremos [a IA] localmente, temos vários benefícios: responde mais rapidamente, não há transmissão de dados, também temos menores custos porque não estamos a incorrer em custos de subscrição de serviços de cloud, e também temos um ambiente mais seguro e mais privado. Tudo isto, de forma mais simples, nas mãos do utilizador”, sublinhou o porta-voz da empresa.

É aqui que entra a nova linha de portáteis empresariais da HP. Equipados com as mais recentes gerações de processadores da Intel e da AMD, estes chips já integram núcleos de processamento neural (NPU), que estão otimizados para tarefas de IA.
A HP aposta em sistemas próprios de IA para dar uma experiência mais completa ao utilizador. Um deles chama-se HP Smart Sense, que agrega dados sobre o funcionamento do computador, ajustando de forma automática o nível de desempenho e o comportamento térmico em função da posição na qual estamos a usar o portátil. Por exemplo, se estiver em cima da secretária, o desempenho é máximo. Já se estivermos a usar o portátil no colo, o desempenho é reduzido, para que a temperatura do equipamento seja mais baixa e mais confortável para o utiliador. É ainda capaz de detetar quando o computador está numa mochila, suspendendo-o automaticamente. “É computação contextual”, referiu o executivo da HP.
Outros sistemas são o AI Dynamic Color Tuning (afinação da cor do ecrã em função do local onde estamos), o Intelligent Hibernate (que gere a carga da bateria em função do nosso histórico de utilização do portátil) e suporta ainda o Windows Studio Effects, que permite, num único local, definir parâmetros para diferentes aplicações (como aplicar o mesmo fundo a diferentes sistemas de videochamada).
Além dos sistemas próprios da HP, Pedro Coelho diz que existem mais de 100 empresas de software que estão a atualizar os programas para que tirem partido dos NPU dos computadores.
“Com as novas arquiteturas com NPU dedicadas a correr estas tarefas de IA, conseguimos tirar mais desempenho e vamos libertar toda a restante carga de trabalho para os CPU e GPU. Estamos a conseguir qualquer coisa como 80% melhor desempenho gráfico, até duas vezes mais desempenho de software em IA, como os da Adobe, que estão a otimizar o software para tirar partido das novas características”, exemplificou Pedro Coelho.
Máquinas a caminho
O equipamento de referência do novo alinhamento da HP é o Elitebook 1040 G11. O portátil está equipado com um ecrã OLED de 14 polegadas (2880×1800 píxeis de resolução), processadores das gamas Intel Core Ultra 5 ou Ultra 7, tem até 32 GB de memória RAM e suporta Wi-Fi 6E. Em Portugal os preços começam nos 1500 euros.

Já o EliteBook 860 G11 está equipado com um ecrã de 16 polegadas (2880×1800 píxeis de resolução), processadores Intel Core Ultra 5 ou Ultra 7, tem até 64 GB de memória RAM e suporta carregamento rápido. Em Portugal os preços começam nos 1300 euros.

Além dos portáteis empresariais, a HP anunciou ainda a linha de workstations Zbook Power G11 (a partir de 1500 euros) e a linha de monitores HP Series 7 Pro, que vem substituir a linha profissional Z, e cujos modelos começam nos 400 euros no mercado português.
Além da clara aposta nos elementos de Inteligência Artificial, a HP também está a fazer valer a aquisição que do fabricante Poly há mais de um ano. Os novos portáteis da linha empresarial agora têm todos sistemas de som Poly Studio integrados e também usam ferramentas de áudio e vídeo deste fabricante. “Este é o momento em que colocamos no mercado sinergias tecnológicas entre as marcas”, disse Miguel Souto, responsável da Poly na HP Portugal.

Além da integração das tecnologias da Poly nos portáteis da HP, a marca está a lançar também novos produtos. Destaque para a Poly E60, uma câmara PTZ (pan, tilt e zoom) destinada a espaços grandes de reunião. Tem zoom ótico de 12x, é capaz de gravar vídeo em resolução 4K e conta com um sensor de 8 megapíxeis. Vem equipada com o Poly Director AI, o software que faz a gestão de todos os modos dinâmicos de captura da imagem. Tem o lançamento previsto para maio e o preço não foi ainda anunciado.
Já a Poly V52 é uma câmara USB, mas que tem uma construção premium. Está equipada com um sensor de 20 megapíxeis, grava vídeo em 4k e tem um ângulo de abertura de 95 graus. Suporta ainda tecnologia de ligação à rede sem fios, que permite aceder remotamente à câmara. Chega ao mercado português também em maio.
Além destas novidades, a HP apresentou ainda uma nova tecnologia de impressão, chamada de TerraJet.