Quando começou a ser pensado, em 2019, estávamos longe de imaginar que os anos seguintes seriam de total desmoronamento da nossa habitual forma de vida. Com o PAC – Portugal Auto Cluster for the Future, a indústria automóvel nacional esperava resolver algumas questões levantadas pela partilha de viaturas, o dito car sharing, que começara a instalar-se em alguns países europeus. Era preciso encontrar soluções para a higienização e renovação dos interiores, além de se ter em conta as novas formas de mobilidade. Entretanto a pandemia aconteceu e a ideia de partilhar o que quer que seja tornou-se num atentado à saúde pública. Mesmo assim, o PAC, um projeto mobilizador do PT2020, não perdeu a pertinência, num setor de crescimento constante e com forte aposta na inovação. “A indústria automóvel tem um grande peso em Portugal e é hoje responsável por 5,3% do PIB”, nota o engenheiro mecânico Pedro Ramalho, responsável pelo consórcio e membro da direção da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).
Apesar do dinamismo e do crescimento constante – excetuando o ano de 2020, pelos sobejamente conhecidos efeitos da pandemia no setor – esta é uma área com um “problema de escala”, são “tudo pequenas e médias empresas”, observa. Pelo que um dos objetivos do projeto, com financiamento de oito milhões de euros, foi precisamente envolver os diferentes atores do MOBINOV – Cluster Automóvel de Portugal.