A menos que se seja uma pessoa muito esquisita com a comida, poder escolher o que se quer para o jantar certamente não fará parte das prioridades de comunicação. Mas quando se está dependente de uma cadeira de rodas para andar e impedido de falar porque os músculos não obedecem, o prazer gastronómico ganha um novo significado. Mais ainda se a escolha do menu puder voltar a ser comunicada pela própria voz.
Catarina Farinha, investigadora em Inteligência Artificial na Unbabel, recorda como um momento de grande emoção aquele em que um paciente com esclerose lateral amiotrófica, também conhecida pela sigla ELA, incapacitado de falar pela doença, pediu à mulher puré de carne e fruta, terminando a frase com a palavra “amor.” Aconteceu em novembro e Luís Correia tornou-se assim no primeiro utilizador da tecnologia desenvolvida pela Unbabel, Halo, no âmbito do consórcio Centro para a IA Responsável, financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).