Uma equipa da Universidade de Brown, liderada pelo cientista planetário Matt Jones, quis perceber melhor o que se passava no lado oculto da Lua, uma face que nunca foi ou será visível a partir da Terra. Do ‘lado de lá’, a Lua é bastante diferente do que vemos a partir do nosso planeta e os investigadores pretenderam perceber quais as razões para isso e como isso afeta a dinâmica interna do astro.
A equipa usou modelos de simulação computadorizados para replicar um impacto gigante ocorrido há milhões de anos e que deu origem ao SPA, ou South Pole-Aitken, alterando a estrutura base da Lua. “Sabemos que grandes impactos como o que formou o SPA criam muito calor. A questão é perceber como isso afeta a dinâmica interna”. Os cientistas colocam agora a hipótese de que esse impacto criou uma pluma de calor que levou elementos químicos específicos para o lado visível da Lua e manteve o outro lado intacto: “acreditamos que isso contribuiu para o derreter do manto que produziu os fluxos de lava que vemos à superfície”, explica Jones.
Esta teoria ajuda ainda a explicar o motivo pelo qual muitas regiões no lado próximo contêm químicos como potássio ou fósforo e outros elementos raros que, em conjunto, são apelidados de Procellarum KREEP terrane ou PKT que não estão no lado mais longínquo, explica a Cnet. “Como os PKT se formam é indiscutivelmente uma das maiores questões em aberto na ciência lunar (…) o impacto do SPA é um dos eventos lunares mais significativos da História lunar. Este trabalho junta estas duas coisas e julgo que os nossos resultados são entusiasmantes”, descreve Jones.
A teoria terá de ser agora comprovada com mais dados, apesar de parecer já credível com a informação disponível atualmente.