A SolarWood é a tecnologia desenvolvida pela Innovakeme e que está a caminho de um hospital em Essuatíni, a antiga Suazilândia. O Good Shepherd Mission Hospital vai receber uma nova forma de produzir calor e eletricidade, com recurso a biomassa e a energia solar. A solução permite o fornecimento de energia, de forma fiável, nesta região remota, além de ser mais amiga do ambiente (menos 1350 toneladas de CO2 por ano) e mais económica (poupança de 10% na fatura anual). O investimento inicial é de 950 mil euros e parte do financiamento (100 mil euros, que podem chegar aos 150 mil) está a cargo da GoParity, fintech portuguesa especializada em investimento colaborativo em projetos sustentáveis. Qualquer pessoa maior de idade pode investir no projeto a partir de 20 euros e lucrar com uma taxa de juro de 6,15% a oito anos.
A inovação da solução SolarWood prende-se com a integração de diversas soluções de produção e armazenamento de energia em quatro contentores. Esta solução é modular e replicável noutras zonas remotas. Cada unidade que constitui a SolarWood tem uma função: uma produz e seca lenha, outra usa a biomassa para produzir de forma combinada o calor e a eletricidade, o terceiro contentor produz eletricidade a partir de painéis solares e o último é o sistema de armazenamento e gestão da energia produzida. A SolarWood tem uma potência conjunta de 150 kWp (na central fotovoltaica) , capacidade de produzir 80 kW de eletricidade e 160 kW de energia térmica, com as baterias a terem capacidade para 50 kWh.
Hoje em dia, o hospital que vai receber esta tecnologia tem um consumo anual de eletricidade de 800 MWh e 300 toneladas de carvão para aquecer água. A energia consumida vem da rede nacional e é maioritariamente produzida por centrais a carvão. Além da componente ecológica, a SolarWood vem garantir uma estabilidade no abastecimento para que existam menos interrupções de funcionamento e não aconteçam falhas, por exemplo, a meio de um procedimento médico.
O projeto visa ainda a capacitação das comunidades locais, a igualdade de género e a melhoria das condições do hospital. A operação vai empregar pelo menos dez mulheres locais para manutenção e monitorização de tecnologia no local e 15% dos lucros obtidos pelo Special Purpose Vehicle serão direcionaods para o Hospital.
O promotor do projeto é a Multiply Energy, uma empresa sedeada em Évora, que foi contactada pela Wunder Sight, uma empresa inglesa que desenvolve projetos mundiais de energia renovável. A Innovakeme é a startup madeirense responsável pelo fabrico da tecnologia, enquanto a GoParity assegura o financiamento colaborativo do projeto. A EEP Africa (de Energy and Environment Partnership Trust Fund) e o Nordic Development Fund também estão envolvidos na iniciativa.
A solução vai ser instalada em dezembro no hospital em Siteki, Essuatíni e tem uma vida útil estimada de pelo menos 25 anos.