Os xEMU, ou Extravehicular Mobility Units, são a primeira grande atualização nos fatos espaciais usados pela NASA em 40 anos. Estes fatos estão a ser desenvolvidos para serem envergados pelos astronautas que serão colocados na Lua para construir uma base mais permanente à superfície do astro. O objetivo é que os fatos sejam mais confortáveis, possam ajustar-se às necessidades de dobrar e esticar, facilitando os movimentos dos astronautas e que possam durar por meses sem necessitarem de reparação.
Sabe-se que, pela primeira vez, alguns dos componentes destes fatos estão a ser idealizados por algoritmos de Inteligência Artificial, noticia a publicação Wired. Estes fatos vão ter fonte de alimentação, de comunicações, fornecimento de oxigénio e regulação de temperatura para que permitam uma maior autonomia aos astronautas.
Há centenas de engenheiros contratados a trabalhar em paralelo com os algoritmos para o desenvolvimento delicado e equilibrado das prioridades: os sistemas do fato têm de ser seguros e robustos e, no entanto, leves o suficiente para serem usados de forma confortável.
O sistema de IA está a ser usado para sugerir e testar novos formatos e avaliar a exequibilidade de quais poderão ser usados. Por causa dos prazos apertados de colocar o Homem na Lua dentro de quatro anos, os engenheiros da NASA têm pouco tempo para testar diferentes soluções e ‘debater’ potenciais soluções.
Jesse Coors-Blankenship, vice-presidente de tecnologia da PTC, empresa norte-americana responsável pelo software, descreve que “a IA é uma tecnologia que pode fazer algo bastante mais rápido e melhor do que consegue um humano especializado”. Os algoritmos estão a ser usados para design generativo, no sentido em que são alimentados com os requisitos como o tamanho, peso e temperatura a que o componente vai ser exposto para depois encontrarem as melhores soluções para o ‘problema’.
Os algoritmos fazem o seu trabalho com diferentes abordagens, como redes generativas adversariais ou algoritmos de genética para produzir resultados mais rapidamente. “O processo iterativo é cem ou mil vezes superior ao que poderíamos fazer por nós mesmos e idealiza uma solução ótima, dentro das nossas condicionantes”, explica Jesse Craft, outro investigador envolvido nestes trabalhos.
Para já, os sistemas de IA estão a ser aplicados para desenvolver componentes mais simples e já obtiveram sucesso como a redução de até 50% de massa de algumas peças.