Codificado em ADN, um soneto de Shakespeare pesa 0,3 milionésimos de uma milionésima parte de um grama. Os investigadores de Cambridge partilharam esta conclusão na apresentação de um projeto onde estão a guardar grandes quantidades de informação em correntes de ADN.
Os dados guardados desta forma podem ficar armazenados dezenas de milhares de anos e um grama de ADN pode guardar tanta informação como a que está gravada em mais de um milhão de CDs.
Nick Goldman e Ewan Birney explicam que o ADN é uma forma eficiente e compacta de armazenar informação e que pode ser uma alternativa aos discos magnéticos que são usados atualmente. O desafio destes investigadores, explica o The Guardian, foi descobrir uma forma de transformar as moléculas em memória digital, capaz de lidar com 1 e 0 e armazenar palavras, imagens, vídeos e musicas. Depois de codificarem todos os sonetos de Shakespeare, o discurso de Martin Luther King I Have a Dream e um trabalho científico sobre o ADN, os investigadores enviaram a informação para a Agilent, uma empresa que prepara correntes físicas de ADN para cientistas.
O trabalho desenvolvido em Cambridge difere dos restantes no que diz respeito às gralhas e erros que possam ser cometidos quando se cria o trabalho original. Cada palavra é escrita de quatro formas diferentes e há milhares de cópias de cada uma delas. Desta forma, qualquer erro vai afetar apenas uma parcela reduzida do código.
Por agora, o custo da operação torna esta opção desinteressante, mas se os preços de criar ADN para armazenamento baixarem, poderemos estar perante uma boa alternativa.