Carlos Coelho, investigador do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, desenvolveu um algoritmo que permite prever uma crescente erosão das praias da costa marítima em Aveiro. O exercício de simulação teve por ponto de partida os dados que o Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro recolheu nos últimos 10 anos, nos trechos da costa marítima entre Cortegaça e Furadouro e entre Vagueira e Mira.
As previsões feitas pelo algoritmo tiveram em conta o volume de sedimentos provenientes de praias e dunas, alterações nos perfis de praias e da linha de costa, agitação marítima, condições meteorológicas, intervenções humanas, e morfologia do terreno, revela o comunicado da Universidade de Aveiro (UA).
As imagens trabalhadas pelos investigadores aveirenses são reveladoras: a sul da Vagueira as dunas que ainda servem de paredes da Ria de Aveiro e que a separam das águas do Oceano Atlântico poderão começar a sofrer ruturas, alterando a morfologia, a biodiversidade e as condições para as diferentes atividades agrícolas na laguna, prevê Cristina Bernardes, investigadora do Departamento de Geociências da UA.
No que toca à frente de praia, o panorama também é pouco animador: se as previsões do algoritmo criado por Carlos Coelho estiverem certas, o areal das frentes urbanas está condenado ao desaparecimento. Em geral, a linha de costa das zoans estudadas recua face ao avanço do mar – e apenas o troço litoral entre as praias de São Jacinto e a Torreira escapa à erosão, devido à presença do molhe norte do Porto Comercial de Aveiro que retém uma grande quantidade de sedimentos.
Carlos Coelho admite que o algoritmo pode beneficiar de melhoramentos relacionados com a conversão de todas as variáveis para dados numéricos que possam ser processados em ambiente simulação. O investigador da Universidade de Aveiro acredita que nos próximos tempos vai sr possível melhorar as projeções deste modelo de simulação com a inclusão de novas variáveis ou a inserção de dados ao longo do tempo.