A NASA anunciou uma nova abordagem para o programa de Retorno de Amostras de Marte, apostando em duas formas de aterragem simultâneas. De acordo com a agência espacial, esta estratégia visa incentivar a inovação, promover a concorrência e reduzir custos e prazos, aumentando as hipóteses de sucesso na missão.
O programa, que procura determinar se Marte já teve registos de vida e aprofundar a compreensão do universo, será confirmado em meados de 2026, juntamente com a definição da arquitetura final.
A agência está a explorar dois métodos distintos para aterrar a plataforma de carga em Marte. A primeira opção utilizará o sistema de entrada, descida e aterragem já testado, o Sky Crane, que foi bem-sucedido nas missões Curiosity e Perseverance. A segunda alternativa irá explorar capacidades comerciais inovadoras para colocar a carga à superfície do planeta vermelho.
Ambas as opções envolvem o uso de um sistema de energia baseado em radioisótopos em vez de painéis solares, permitindo operações mais fiáveis durante as tempestades de poeira marcianas. Além disso, um redesign no sistema de carregamento das amostras reduzirá a complexidade, ao evitar o acúmulo de poeira na cápsula que retornará à Terra.
A cápsula em órbita transportará 30 tubos com amostras recolhidas pela sonda Perseverance. A viagem de retorno das amostras contará com a colaboração da Agência Espacial Europeia (ESA), que fornecerá um orbitador para capturar a cápsula em órbita marciana e devolvê-la à Terra.
Em comunicado, Nicky Fox, Diretora de Missões Científicas da NASA, destaca a importância da missão: “O retorno de amostras de Marte permitirá aos cientistas compreender a história geológica e a evolução climática do planeta, além de fornecer pistas sobre o sistema solar primitivo e preparar-nos para futuras missões tripuladas.”
Bill Nelson, administrador da NASA, realça a magnitude e a importância deste esforço: “Estas amostras têm o potencial de transformar a nossa compreensão de Marte, do universo e de nós mesmos.” A revisão estratégica, liderada pela cientista Maria Zuber, forneceu recomendações para um plano robusto, com estimativas detalhadas de custos e prazos.
Com a análise de duas abordagens simultâneas, a NASA quer assegurar flexibilidade e resiliência no programa, reforçando a meta de trazer as amostras de Marte na próxima decaa e preparar o terreno para missões humanas no planeta vermelho.