Se ser moderado é, segundo Luís Montenegro, estar entre as posições que defendem os 50 000 que desfilaram na Almirante Reis e as poucas dúzias que estiveram na Praça da Figueira, serei então um radical, um verdadeiro extremista

Estamos a pagar um preço altíssimo por não fazermos o suficiente por trazer os melhores, ou, pelo menos, mais gente competente, para cargos políticos e administração pública

O Chega já conseguiu mais do que pôr os seus temas no centro do debate político: a extrema-direita está a colonizar rapidamente o centro-direita. As reações ao caso da Rua do Benformoso são o retrato perfeito disso

Foi com a contribuição do Ministério Público que o resultado eleitoral nos deu 50 deputados antissistema, ou seja, antidemocracia

Um político forte e consciente não cavalga falsidades, combate-as, decide baseado em factos e convicções, mesmo que o tenha de fazer contra tudo e contra todos

Se quem tem a responsabilidade de impor a autoridade não a respeita, como esperam ser respeitados quando a têm de impor a outros?

Exige-se então saber quem é que está a atentar contra a democracia e o Estado de direito. Não é coisa pouca nem possível de tratar com leveza. Um homem com esta responsabilidade anuncia um crime ou uma hipótese de crime desta gravidade e nada se passa

Foram dadas ordens para que se combata uma perceção. E ninguém melhor do que o Governo sabe que é uma perceção errada

As pessoas votaram em alguém que acha e disse que o corte de impostos para bilionários vai fazer com que os mais pobres vivam melhor

Na democracia de que em larga medida todas as outras democracias dependem, cerca de metade das pessoas não está interessada em viver democraticamente

A luta contra os movimentos antidemocracia não é tarefa da direita, como alguma esquerda absurdamente e com péssimos intuitos diz, é de todos os democratas

Quando se funciona como uma matilha enraivecida, nada do que se faz tem que ver com justiça

O que o secretário-geral socialista está a deixar crescer é a perceção no eleitorado, que faz ganhar eleições, de que Luís Montenegro é o equilibrado, o sensato e o moderado

O discurso de Carlos Moedas nas cerimónias do 5 de Outubro e o que os seus ideólogos na comunicação social propagam nas suas recentes intervenções mostram que há uma direita que se está a extremar. A conversa da insegurança, a subtil ligação com a imigração e mentira das portas escancaradas é o discurso do Chega feito de maneira polida

A razão para alguns quererem Gouveia e Melo é exatamente a mesma que os faz rejeitar os políticos: o poder pelo poder

Só há um absurdo nesta história toda, a aprovação de um OE estar dependente da aprovação de uma proposta injusta, geradora de mais desigualdade e que provocará um rombo nas contas do Estado: o IRS jovem

Claro que o nosso sistema prisional não podia deixar de refletir alguns aspetos da nossa comunidade, mas um dos mais gritantes é a pobreza

Vamos inevitavelmente voltar à discussão da privatização ou não da TAP. É essencial que a discussão seja honesta

Luís Montenegro percebe as fragilidades do PS, sabe que pode controlar a narrativa da vitimização e pensa ter a conjuntura por ele

A vaga de extrema-direita que assola o mundo é uma ameaça real à democracia e à liberdade, mas a que vem dos monopolistas globais é maior