António Costa esperou pelo debate sobre política geral, no Parlamento, esta quarta-feira, não só para responder à letra às críticas de Marcelo que “fala, fala”, enquanto ele “faz e faz”, mas, também, para anunciar uma medida que há muito era reclamada, quer por associações de consumidores, quer por confederações patronais, quer pelos partidos da oposição. Levando na manga a proposta da descida do IVA para bens alimentares, apanhou de surpresa as bancadas da oposição. Costa aproveitou a primeira pergunta colocada por Miranda Sarmento, líder da bancada parlamentar do PSD, para deixar cair a pequena bomba e esvaziar a argumentação social-democrata – cujo orador acabou por saudar a medida. Aparentemente, o próprio PSD já desistira de insistir no pedido e trazia, desta vez, a proposta de descida do IRS. Apanhado desprevenido, Sarmento perguntou como pretendia o Governo assegurar que essa descida iria mesmo refletir-se nos preços finais algo que, alegou pouco convincentemente, não terá acontecido em Espanha. É fácil de adivinhar – e isso mesmo já se tinha verificado no alívio do ISP, quando as descidas do preço dos combustíveis anunciadas não batiam certo com os preços praticados: quem vende aproveita a folga para embolsar parte da diferença… O primeiro-ministro (com uma certa ambiguidade que, no anúncio de medidas, vem sendo proverbial…) esclareceu que a iniciativa irá para a frente se, num futuro acordo com a distribuição, os operadores garantirem que a descida fiscal é refletida no preço ao consumidor. Ah, e o acordo também tem de incluir a produção. Ah, e não se sabe em quanto é que o IVA (eventualmente) baixará. Ah, e também não se sabe em que produtos em concreto.
Enfim, há uma quantidade demasiado exasperante de “ses”