A investigadora Marta Pinto sabe de cor o número de árvores que já plantou desde que iniciou o projeto Futuro 100 000 Árvores na Área Metropolitana do Porto (inclui 16 municípios), em 2011 (ano em que começaram a cultivar).
Foram exatamente 19 mil e 60 exemplares, nem mais, nem menos. Mas para cumprir a meta final, é preciso fazer mais uma conta, até se chegar às que ainda faltam acrescentar ao solo: 80 940. Um objetivo que Marta e sua equipa ” sou apenas a cara e a coordenadora de um trabalho que envolve muita gente” esperam (mas não garante) atingir dentro de quatro anos.
Marta Pinto na cerimónia de entrega dos prémios Terre des Femmes, atribuídos pela Yves Rocher
O projeto que nasceu no contexto do Cre.Porto (Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto), distinguido recentemente com o primeiro lugar dos prémios Terre des Femmes, atribuídos pela Fundação Yves Rocher, acredita que é “preciso aumentar a diversidade nas nossas florestas”, porque “apesar de termos muita área florestal na área metropolitana do Porto, ela é muito centrada na produção de eucalipto e pinheiro bravo”.
Reflorestar as áreas ardidas, é outra preocupação de Marta Pinto. Por isso, estão a plantar cerca de 20 espécies diferentes, entre elas, sobreiros, carvalho-alvarinho, azevinho, medronheiros, freixos, fornecidos por um dos parceiros (contam com a ajuda de 35 entidades dos quais se destacam as autarquias, que disponibilizam mão de obra e a maquinaria necessária) chamado Floresta Comum, liderado pela Quercus. Um trabalho desempenhado, no terreno, por muitos voluntários – cerca de 3000 pessoas -que ajudam na limpeza (antes ou depois) da plantação, recolha de sementes e o acompanhamento posterior, de forma a garantir o crescimento saudável e travar a mortalidade (por questões climatéricas, vandalismo, etc).
“Não queremos ficar escravos da meta”, defende mas “não vou plantar só para garantir o número, é preciso ter bom senso e razoabilidade”.