Uma doença respiratória atípica foi detetada em centenas de cães e está a espalhar-se pelos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura do Oregon, na costa oeste, recebeu mais de 200 relatos de veterinários desde meados de agosto, mas há outros registos no Colorado, Massachusetts, Rhode Island, Illinois, Maryland e Wyoming, segundo o jornal The New York Times, não sendo conhecidos os números oficiais exatos dos infetados. Os sintomas incluem tosse, febre, letargia e perdas intermitentes de apetite, à semelhança da tosse do canil (uma infeção respiratória com surtos periódicos), mas a duração costuma ser mais prolongada, entre seis e oito semanas.
Alguns animais desenvolvem pneumonia aguda e, em casos raros, não sobrevivem. Contudo, a maioria dos cães que tinha a vacinação em dia apresentou sintomas ligeiros e está a recuperar bem.
Ainda está a ser investigada a causa da doença, se uma bactéria ou um vírus – as opiniões dividem-se –, e se todos os casos foram originados pelo mesmo patógeno contagioso. Os cães “apresentam sinais semelhantes de doença respiratória superior, mas geralmente não apresentam resultados positivos para doenças respiratórias comuns. E a doença é geralmente resistente aos tratamentos padrão”, afirmou à CNN David Needle, patologista veterinário e professor da Universidade de New Hampshire, que está a investigar a estranha infeção respiratória há cerca de um ano. Se a doença for, de facto, causada por um patógeno, explicou Needle, é provável que já exista há algum tempo. Acredita ainda que o surto recente se deve, provavelmente, a algum tipo de mutação genética que aumentou a virulência do micróbio entre os canídeos.
Os investigadores estão, contudo, em acordo quanto a um fator: é mais provável que um cão fique doente se estiver próximo de outros companheiros de quatro patas. Daí que uma das recomendações dos veterinários seja evitar lugares com grande concentração destes animais, tais como parques, ou abrigos e hotéis caninos – até porque aproxima-se uma época festiva nos Estados Unidos e o recurso a estes espaços intensifica-se, pelo que estes profissionais temem uma maior disseminação. Se um cão apresentar sintomas, aconselham o isolamento. Aos donos, a Associação Médica Veterinária do Oregon sugere “cautela, em vez de preocupação”.