Acabou a pandemia. 1 150 dias depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado estado de emergência sanitária global, por causa do SARS-CoV-2, eis o tão aguardado regresso à normalidade. O vírus passou a endémico, que é como quem diz: a convivência tornou-se possível.
Todavia, o tempo não volta para trás e a Covid-19 não desapareceu. A cada três minutos faz uma vítima, no mundo, e todas as semanas são diagnosticados milhares de novos infetados. Em Portugal, ainda morrem, em média, cinco pessoas por Covid-19, por dia, e são notificadas cerca de 200 novas infeções. Um décimo destes casos vai deixar marcas e exigir um esforço extraordinário dos cuidados de saúde; o investimento na monitorização deste vírus não pode ser travado, e as regras de etiqueta respiratória esquecidas. Vírus anteriores, como o da gripe, já traçaram o caminho de uma relação pacífica; agora, há que seguir as pegadas destes e adaptá-las às especificidades do SARS-CoV-2, para que, por mais variantes que este coronavírus invente, não se perca, de novo, o controlo da situação epidemiológica.