Foi nos Estados Unidos e há 50 anos que nasceu a mancha irregular de linhas verticais que revolucionou o comércio a retalho. Os bips de leitura dos produtos são ouvidos cerca de seis mil milhões de vezes por dia em todo o mundo, com a venda de cerca de 70 mil artigos por segundo, embora, agora, os seus dias possm estar contados, uma vez que enfrenta a concorrência do código QR, a mancha de informação aos quadrados utilizada pelos smartphones.
Os códigos de barras, essas tiras de linhas paralelas pretas de largura variável, contêm informação básica sobre produtos que podem ser descodificados por um scanner, que comunica o fabricante, tipo, tamanho, cor, entre outros detalhes de um produto. Os números abaixo das barras referem-se à mesma informação.
E tudo começou… na praia
Bob Woodland, cientista e engenheiro mecânico, já se interessava, desde a universidade, por otimizar a venda a retalho. Em 1948, numa praia de Miami, no estado da Florida, Woodland brincava com a areia, deixando-a passar por entre os dedos. Ao cair na areia, os grãos formavam uma figura bidimensional com uma série de linhas finas e grossas. Foi neste momento que surgiu a ideia de um instrumento que lesse a informação de cada produto de um supermercado, onde fosse possível contabilizar as vendas totais à saída da loja.
Mais tarde, em 1973, o código de barras aparecia no primeiro produto comercial: uma embalagem de dez pastilhas elásticas Wrigley’s Juicy Fruit, vendidas num supermercado em Troy, no estado do Ohio.
Agora, cabia apenas à loja ligar esta informação à sua base de dados informática, que aplicava o preço e ajustava a lista de stocks. Já não eram necessárias a contagem manual dos produtos e a colocação manual das etiquetas.
Código de barras surgiu Portugal há 38 anos
A inovação só chega a Portugal em 1985, quando se registava uma profunda modernização das infraestruturas e avanços tecnológicos através da assinatura do Tratado de Adesão à então Comunidade Económica Europeia.
“Os negócios são mais fáceis quando falamos a mesma linguagem entre fornecedores, clientes e parceiros. O código de barras, que introduzimos em Portugal há quase 40 anos, é parte essencial desse sistema, identificando milhões de produtos que circulam em todo o mundo – em Portugal, com o ‘indicativo’ ou prefixo 560”, explica João Castro Guimarães, diretor-executivo da GS1 Portugal, a organização responsável pela introdução do código de barras em Portugal.
Rivalidade com o código QR?
Os códigos QR apresentam um potencial para destronar os códigos de barras. Também conhecidos como ‘códigos de barras bidimensionais’, são muito mais versáteis do que a faixa ‘unidimensional’, já que podem redirecionar um ecrã de smartphone diretamente para uma página web ou site de pagamento.