“Esta é a fotografia que quero partilhar com o mundo todo”. Este foi o pensamento que a fotógrafa Ella Ling teve assim que viu a imagem que tirou a Roger Federer e Rafael Nadal, no momento da despedida do jogador. A imagem, que correu o mundo e comoveu quem a viu, mostra o breve momento em que, ambos, estavam de lágrimas nos olhos e de mãos dadas.
Roger Federer fez o seu último encontro profissional no passado dia 23 de setembro, perdendo ao lado de Nadal nos pares que fecharam o primeiro dia da Laver Cup.
A fotógrafa conta, à CNN Sport, que só quando chegou ao computador é que percebeu o impacto que aquela fotografia tinha. “Eu só queria tirar uma imagem que realmente resumisse a sensação da noite, mas também um momento na história em que ele [Federer] jogou a sua última partida e se retirou”, acrescenta a profissional que acompanha as tournés de ténis masculinas e femininas. “Eu adoraria ter uma foto icónica, mas nunca imaginei que conseguiria uma.”
A imagem, conta Ling, representa mais que um momento. “Fora do campo, acho que eles [Federer e Nadal] partilham valores e morais muito, muito semelhantes”, diz. “Eles valorizam muito a família, valorizam o respeito. Ambos são muito, muito educados. Eles sempre ganharam prémios de desportivismo e coisas assim. Acho que foi aí que eles se ligaram”, revela a fotógrafa.
“Mas, ao mesmo tempo, acho que nenhum de nós realmente entendeu o quão próximos eles eram. Eu não percebi até este momento e durante toda a noite, onde podemos ver o quão perto eles estavam”, relata. Os dois tenistas defrontaram-se 40 vezes ao longo da carreira, com 24 triunfos para o espanhol e 16 para o suíço, acabando por criar uma relação de amizade fora do ‘court’.
Ling explica que “eles são atletas do sexo masculino que… tentam não mostrar nenhuma emoção no jogo, e raramente se vê muita emoção fora do campo”. E é por haver essa ideia que esta fotografia é “tão icónica”. “Eles estarem sentados lado a lado, naquele momento, a chorar incontrolavelmente, a segurar as mãos um do outro, em frente a 17 mil pessoas – e milhões de outras na TV – e a serem tão puros, tão crus, tão abertos, é incrível”.