Está a ver o pequeno ponto de luz circundado por uma luz verde, na imagem acima? É o objeto estelar de que se fala, o 2020 CD3, anunciado pelo Centro dos Pequenos Planetas da União Astronómica Internacional há poucos dias, depois de mais de 30 observações no Catalina Sky Survey, com sede em Tucson, no Arizona.
Segundo o caçador de asteroides e cometas Kacper Wierzchos, que fez a descoberta em conjunto com o astrónomo Theodore Pruyne, trata-se de um objeto pequeno, pequeníssimo. A luz solar refletida ajuda a fornecer uma estimativa do seu diâmetro: qualquer coisa entre 1 e 6 metros. Mas, apesar disso, há qualquer coisa que o prende à órbita da Terra.
“Este objeto está temporariamente ligado à Terra. Não há evidência de perturbações devido à pressão da radiação solar e não foi encontrada nenhuma ligação com um objeto artificial conhecido. Outras observações e estudos dinâmicos são fortemente encorajados”, diz o documento assinado por Wierzchos.
Será um feito que, aos nossos olhos, soa a extraordinário, mas talvez não seja tanto assim, como explica Boris Shustov, diretor-científico do Instituto de Astronomia da Academia de Ciências da Rússia e sumidade internacional em objetos estelares, citado pelas agências internacionais. “Na verdade, existem os chamados quase-satélites da Terra, que têm uma órbita bastante complicada. Quando falamos de um satélite, queremos dizer que ele voa em órbita circular como faz a Estação Espacial Internacional ou fez Yuri Gagarin. Já este objeto voa com mais dificuldade e nunca se afasta muito, formando uma órbita temporária. Mas pode vir a acompanhar a Terra durante várias décadas.”