Os filtros dos cigarros que, depois de fumados, damos o nome de beatas. São elas o maior “objeto” de lixo do mundo.
A maior parte dos fumadores pensa que os filtros dos cigarros são feitos de materiais biodegradáveis, mas não. São produzidos a parir de acetato de celulose – um tipo de plástico que leva até uma década para decompor-se.
Agora, a União Europeia quer pôr um fim ao lixo produzido pelas milhões de pontas de cigarros deitadas fora de qualquer maneira ao exigir que a indústria tabaqueira financie uma forma mais limpa de filtro como forma de reduzir os plásticos de uso único.
Dos cerca de 6 biliões de cigarros produzidos anualmente 90% têm filtros que contêm plástico, o equivalente a um milhão de toneladas de plásticos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, dois terços das beatas são deitadas fora de forma irresponsável, seja na areia das praias, para o chão, ou para as sarjetas e, depois, são arrastadas para riachos, rios e oceanos. Normalmente, são o lixo mais recolhido quando se fazem limpezas nos areais.

Em Londres, em 2008, também foi feita uma campanha contra as beatas deitadas para o chão
Cate Gillon/Getty
Num estudo recente, segundo a CNN, foram colocados vários peixes em aquários em cuja água tinham posto e retirado beatas. Metade dos peixes morreu em quatro dias, revelando que os filtros são tóxicos para o ambiente marinho.
O Parlamento Europeu apoiou, em outubro de 2018, uma proposta que obrigava os países da UE a remover 50% do plástico dos filtros até 2025 e 80% até 2030.
No entanto, a proposta foi rejeitada e, em vez disso, a indústria tabaqueira tem de promover ações de consciencialização, fornecer cinzeiros públicos e limpar as beatas, além de terem de acrescentar uma menção nos maços de cigarros que refira que os filtros contêm plástico prejudicial ao meio ambiente.