O caso é descrito no New England Journal of Medicine pela equipa de cirurgiões do San Francisco Medical Center que acompanhou o californiano, que morreu uma semana depois do episódio. O homem, que tinha problemas cardíacos, foi internado nos cuidados intensivos da unidade, onde lhe implantaram um pacemaker.
Ao longo da semana seguinte, teve tosse intensa, que o levava a expelir sangue e expectoração, mas, durante um ataque particulamente violento, acabou por expelir parte da árvore brônquica do pulmão direito. O paciente morreria uma semana depois.
O seu coração tinha uma fração de ejeção (que mede a função ventricular) de 20% quando o normal é entre os 50 e os 75 por cento. Além disso, sofria de estenose aórtica bicúspide, um problema caracterizado pela presença de apenas duas cúspides em vez de três. Quando o sangue sai do ventrículo esquerdo, passa pela válvula aórtica e daí circula por todo o corpo. Esta válvula têm três cúspides, que se abrem para deixar passar o sangue quando circula na direção certa e se mantêm fechadas em caso contrário.
Segundo um estudo de 2006, só 1 a 2% da população norte-americana tem este problema, que torna os doentes mais propensos à estenose que é o que acontece quando há um estreitamento da válvula, obrigando, muitas vezes, à sua substituição, como foi o caso deste homem.
Embora muito raro, este não é o primeiro de um doente que expele parte do pulmão. Em 2012, a mesma publicação dava conta do caso de uma mulher britânica, de 40 anos, com asma, que tossiu com tanta força que provocou uma hérnia no pulmão, fazendo com que uma parte do tecido pulmonar “escapasse” por entre as costelas.