Fazer paredes no fundo do mar pode muito bem ser a derradeira hipótese que temos para travar o derretimento dos glaciares e consequentemente o aumento do nível do mar.
Um grupo de investigadores na área das geo-ciências da Universidade de Princeton, nos EUA, publicou ontem um estudo que consolida a próxima etapa de combate às alterações climáticas.
Construir barreiras de cascalho e areia, acreditam os cientistas, pode travar o deslizamento da parte submersa dos glaciares à medida que se desintegram nas profundezas. Uma medida drástica, mas que permite ganhar algum tempo no aquecimento global.
Apesar da leve sensação de ficção científica, um dos investigadores diz que pensaram “numa estrutura muito simples, apenas pilhas de cascalho e areia no fundo do oceano”, o que, acrescenta “está na ordem das realizações humanas plausíveis”.
Estes muros não se destinam só a parar o derretimento dos glaciares, mas também a impedir que a água mais quente chegue à base dos mesmos, no fundo do mar.
O estudo foi feito através de modelos construídos tecnologicamente como forma de perceberem o tamanho da estrutura que precisam, tendo como ponto de partida aquele que é um dos maiores glaciares do mundo, o Thawaites, na Antártida – tem 80 a 100 quilómetros de extensão.
Nas experiências que fizeram calcularam que, para construir colunas ou montes de areia com 300 metros de altura no fundo do mar, precisam da mesma quantidade (ou um pouco) mais de areia que foi utilizada para fazer o canal do Suez ou as Palm Islands, no Dubai. Este tipo de estrutura tem 30% de probabilidades de sucesso no colapso dos glaciares, de acordo com os resultados obtidos.
No caso de ser uma parede mais complexa, o êxito aumenta para 70%.
Caso o Thawaites, que é do tamanho da Grã-Bretanha, se desintegrasse e começasse a derreter o nível do mar aumentaria três metros. E este é apenas um.