Fez reportagens sobre o pós-guerra no Sri Lanka e sobre a capital da Coreia do Norte. Esteve de quarentena, ao cobrir as mudanças climáticas nas ilhas Marshall, e teve de ser submetida a testes para avaliar a sua exposição a radiação. Depois de tantos trabalhos perigosos, a sueca Kim Wall, 30 anos, desapareceu numa viagem de trabalho que aparentava ser segura, ao largo da costa da Dinamarca. A repórter desapareceu, misteriosamente, no dia 11 de agosto, depois de o submarino onde tinha embarcado ter naufragado.
A ideia era fazer uma reportagem sobre o submarino privado de Peter Madsen, o UC3 Nautilus, de 40 tonelados, construído com recurso a uma campanha de crowdfunding. Ambos iam bordo do submarino quando este afundou, pouco tempo depois de ter partido de Copenhaga. Kim desapareceu mas Peter sobreviveu e é agora acusado de ser responsável pelo desaparecimento da jornalista.
O que aconteceu entre o momento da partida até ao momento em que o submarino UC3 Nautilus foi encontrado no fundo do mar permanece um mistério. O alerta do desaparecimento de Kim foi dado pelo namorado por volta das duas e meia da manhã. As buscas foram iniciadas de imediato pela polícia dinamarquesa.
O submarino foi encontrado na baía de Koge, perto da ilha de Dragoer.
As autoridades acabaram por deter Peter Madsen que foi acusado de homicídio por negligência embora o corpo da jornalista ainda não tenha sido encontrado.
Em tribunal, esta segunda-feira, Madsen disse que Kim Wall morreu num acidente e que a deixou no mar, num local que não identificou.
As autoridades suspeitam que Madsen terá afundado propositadamente o submarino, depois de matar Kim Wall.
O suspeito começou por rejeitar as acusações, garantindo que deixou a repórter em terra firme na noite de dia 10. Nessa primeira versão, Madsen relatou um problema com o tanque de lastro, o compartimento que armazena água para estabilizar o submarino. “Demorou cerca de 30 segundos até o Nautilus afundar, e eu não consegui fechar nenhuma escotilha nem nada… Mas acho que foi muito bom porque, caso contrário, ainda estaria lá”, disse, à imprensa dinamarquesa.
O engenheiro encontra-se em prisão preventiva e as buscas por Kim Wall continuam por terra e mar.