Pela primeira vez, este ano, houve um voo da Royal Brunei Airlines, com tripulação exclusivamente feminina. Para uma mulher do Brunei (sudeste asiático) ser piloto comercial é uma grande conquista, e uma esperança para as meninas: a prova de que é possível realmente sonharem alto – pelo menos até 12 quilómetros de altura. O absurdo da história é que o seu primeiro voo foi justamente até Jeddah, Arábia Saudita, país onde as mulheres não podem conduzir- nem sequer andar de bicicleta. A proibição não está legislada, mas é uma imposição religiosa dos muçulmanos conservadores.
O voo, a 23 de Fevereiro, tornou-se um marco para a história do país e para a da sua companhia aérea – – não fosse o absurdo da situação. A bordo do Boeing 787, seguia uma piloto, co-piloto e restante tripulação feminina. O que contribuiu para chamar ainda mais a atenção para esta aviltante restrição na Arábia.
Três anos antes, a capitã Sharifah Czarena tornou-se no primeiro piloto do sexo feminino de uma transportadora de aviões comerciais, do sudeste asiático. Na ocasião, afirmou ao Brundei Times: ” As pessoas ainda tendem a olhar para a profissão de piloto como uma tarefa de macho dominante”.
Enquanto isso, na Arábia Saudita, eles podem andar no ar, mas não no asfalto. As mulheres são detidas por serem encontradas atrás de um volante. Segundo o Independent, mais de 40 países têm em vigor leis ou práticas que restrigem gravemente os direitos das mulheres.